quinta-feira, 22 de agosto de 2019

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 4,38-44 - 04.09.2019

Liturgia Diária

DIA 4 – QUARTA-FEIRA   
22ª SEMANA COMUM

(verde – ofício do dia)

Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam (Sl 85,3.5).

As virtudes fundamentais – fé, amor e esperança – são imprescindíveis para sermos presença solidária em meio às aflições da humanidade. A exemplo do salmista, louvemos eternamente a graça do Senhor.

Evangelho: Lucas 4,38-44

Aleluia, aleluia, aleluia.

O Espírito do Senhor repousa sobre mim / e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 38Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo com febre alta, e pediram a Jesus em favor dela. 39Inclinando-se sobre ela, Jesus ameaçou a febre, e a febre a deixou. Imediatamente, ela se levantou e começou a servi-los. 40Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes atingidos por diversos males os levaram a Jesus. Jesus colocava as mãos em cada um deles e os curava. 41De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus”. Jesus os ameaçava e não os deixava falar, porque sabiam que ele era o Messias. 42Ao raiar do dia, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, indo até ele, tentavam impedi-lo de que os deixasse. 43Mas Jesus disse: “Eu devo anunciar a Boa-Nova do reino de Deus também a outras cidades, porque para isso é que eu fui enviado”. 44E pregava nas sinagogas da Judeia. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br


Reflexão - Evangelho: Lucas 4,38-44
«Ele impunha as mãos sobre cada um deles e os curava. De muitas pessoas saíam demônios, gritando»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, nos encontramos ante um claro contraste: as pessoas que procuram Jesus e Ele que cura toda “doença” (começando pela sogra de Simão Pedro); à vez, «de muitas pessoas saíam demônios, gritando» (Lc 4,41). Quer dizer: bem e paz, por um lado; mal e desespero, pelo outro.

Não é a primeira ocasião que aparece o demônio “saindo”, isto é, fugindo da presença de Deus entre gritos e exclamações. Lembremos também o endemoninhado de Gerasa (cf. Lc 8,26-39). Surpreende que o próprio demônio “reconheça” a Jesus e que, como no caso daquele de Gerasa, é ele mesmo quem sai ao encontro de Jesus (isso sim, muito raivoso e incomodado porque a presença de Deus incomodava a sua vergonhosa tranqüilidade).

Tantas vezes nós também pensamos que encontrar-nos com Jesus nos atrapalha! Atrapalha-nos ter que ir à Missa no domingo; perturba-nos pensar que faz muito que não dedicamos um tempo à oração; sentimos vergonha dos nossos erros, em lugar de ir ao Médico da nossa alma para pedir-lhe simplesmente perdão... Pensemos se não é o Senhor quem tem que vir a nos encontrar, pois nós mesmos nos fazemos rogar para deixar a nossa pequena “caverna” e sair ao encontro de quem é o Pastor das nossas vidas! Isto se chama, simplesmente, tibieza.

Tem um diagnóstico para isto: atonia, falta de tensão na alma, angustia, curiosidade desordenada, hiperatividade, preguiça intelectual com as coisas da fé, pusilanimidade, vontade de estar só consigo mesmo... E existe também um antídoto: deixar de se olhar a sim mesmo e se por mãos à obra. Fazer o pequeno compromisso de dedicar um momento cada dia a olhar e escutar a Jesus (o que se entende por oração): Jesus o fazia, pois «de manhã, bem cedo, Jesus saiu e foi para um lugar deserto» (Lc 4,42). Fazer o pequeno compromisso de vencer o egoísmo numa pequena coisa cada dia pelo bem dos outros (isto se chama amar). Fazer o pequeno-grande compromisso de viver cada dia em coerência com nossa vida Cristã.

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MUITOS FORAM CURADOS Lc 4,38-44
HOMILIA

Lucas acentua o sofrimento da sogra de Simão Pedro e a autoridade de Jesus ao expulsar a febre; realça, assim, o caráter milagroso do evento. Jesus decide abandonar a Sinagoga. Por que razão não se diz. Mas, pelo que se pode entender, Ele quer transformar e fazer do ambiente familiar, simbolizado pela casa da sogra de Simão, no lugar de oração, de cura e libertação. De paz e justiça, de amor e partilha, de alegria e sucessos, de misericórdia e perdão. Faz do ambiente familiar o lugar de saúde e vida. Portanto a casa, o lar, a família, é o lugar privilegiado para se construir a nossa sociedade. Assim, numa sociedade como a nossa onde o conceito de família está “vazio”, Cristo chama o casal cristão a ser estrutura sustentadora de uma família capaz de encontrar relações novas, não ditadas pela carne e o sangue, mas pela vida nova que Cristo confere pelo Batismo. Isto reduz o egoísmo, e faz com que cresça a caridade, dom do Espírito e se realize a Igreja doméstica.

Jesus toma conhecimento da doença que afeta os casais e aí ele foi, parou ao lado da cama dela e deu uma ordem à febre. Este gesto apela primeiro pelo zelo apostólico dele e por outra chama-me como pastor de alma a visitar, entrar e abeirar-me dos leitos de muitos homens e mulheres que estão doentes e deitados sem forças para levantar a cabeça, o corpo e servir os seus como deveriam fazer.

Veja que na casa a mulher, personificada na sogra de Simão, é valorizada na sua prática do serviço, que é a característica fundamental do Reino. Outro pormenor a considerar é que a cena narrada se passa num sábado, dia do culto na sinagoga. Neste dia todo trabalho cessava, e só era permitido caminhar-se uma curta distância. Ao pôr-do-sol termina o dia do sábado, começando o primeiro dia da semana. É a introdução do domingo, o dia por excelência para nós cristãos. O povo, liberado das restrições legais prefiguradas pelo sábado legal, que ao invés de salvar, condenava, de dar vida, matava, acorre a Jesus, que os cura, os liberta e salva. Esta deve ser a minha e a tua atitude, fazendo-te recordar o que falávamos ontem, nas culturas antigas, muitas doenças físicas e mentais eram atribuídas a um ser imaginário, o demônio. Jesus, porém, na sua prática, vai revelando que os males da humanidade resultam, principalmente, do poder opressor, da falta de carinho, amor, ternura, paz, justiça, reconciliação, diálogo, atenção e falta de Deus na comunidade-família que deveria ser construtora de vidas novas.

Neste trabalho é preciso que a comunidade saiba que ela está a serviço de Deus e não a busca de privilégios ou de poder (e isto serve também para os evangelizadores). Que a comunidade tenha as portas abertas para todos. O meu e o teu serviço é levar todos os enfermos, quer os da família de sangue quer não: todos os que tinham amigos enfermos, com várias doenças, os levaram a Jesus. Ele pôs as suas mãos sobre cada um deles e os curou.

Me dirijo a você recordando que, como apóstolo, és enviado e ordenado para anunciar a Palavra de modo que trazendo todos os enfermos (quer corporais quer espirituais), eles possam ser curados e entendam Deus na Pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo, que acolhe, liberta, perdoa e anuncia a verdade do Reino: a Vida Eterna. Esta missão do Filho de Deus nos compromete e interpela a sermos o homem, a mulher que, acolhendo bons e maus, sejas a mão, a braço, a boca, o coração e a mente de Cristo, convertendo-te em discípulo e missionário do Mestre para que o mundo conheça a Verdade e conhecendo a Verdade possa salvar-se. Peçamos hoje a Deus o ardor missionário.

Pai, que a presença de Jesus em minha vida seja motivo de libertação, de modo que eu possa servir com alegria o meu próximo, especialmente, os mais necessitados.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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