sexta-feira, 9 de setembro de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 6,43-49 - 10.09.2016 - Por que me chamais: 'Senhor! Senhor!', mas não fazeis o que eu digo?

Sábado da 23ª Semana
Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 6,43-49

Por que me chamais: 'Senhor! Senhor!',
mas não fazeis o que eu digo?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 6,43-49

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
43Não existe árvore boa que dê frutos ruins,
nem árvore ruim que dê frutos bons.
44Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos.
Não se colhem figos de espinheiros,
nem uvas de plantas espinhosas.
45O homem bom tira coisas boas
do bom tesouro do seu coração.
Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro,
pois sua boca fala do que o coração está cheio.
46Por que me chamais: 'Senhor! Senhor!',
mas não fazeis o que eu digo?
47Vou mostrar-vos com quem se parece
todo aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras
e as põe em prática.
48É semelhante a um homem que construiu uma casa:
cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha.
Veio a enchente, a torrente deu contra a casa,
mas não conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída.
49Aquele, porém, que ouve e não põe em prática,
é semelhante a um homem que construiu uma casa no chão,
sem alicerce.
A torrente deu contra a casa,
e ela imediatamente desabou;
e foi grande a ruína dessa casa.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 6, 43-49
Podemos falar muitas coisas a respeito dos valores que devem nortear as nossas vidas e dos fundamentos mais profundos desses valores, porém o maior discurso que nós podemos fazer sobre o Reino de Deus e a Vida Nova em Cristo é o discurso da vida, uma vez que a nossa vida expressa o que de fato cremos e que valores de fato temos. Se temos uma vida marcada pelo amor e pela solidariedade, na busca da justiça e da fraternidade, é porque de fato a nossa fé é verdadeira, que possui o seu alicerce na verdadeira rocha, que é o próprio Jesus.
Fonte CNBB


DAÍ-ME A GRAÇA DE SER A ÁRVORE BOA Lc 6,43-49
HOMILIA

Lucas inicia o seu evangelho com a proclamação das bem-aventuranças que termina com as três parábolas sobre árvores e frutos, sobre o tesouro do coração e sobre as casas construídas. O pano de fundo desta parábola é a conversão, a renovação da vida pessoal. Deus não nos criou para a obediência cega, mas para a liberdade criativa, no empenho da renovação do mundo, com a implantação da justiça e tecendo a paz. Pela conversão, a pessoa abandona os falsos valores oferecidos pelo mundo dos poderosos e adere ao projeto de vida de Jesus.

Realmente não existe árvore boa que produza frutos ruins, nem árvore má que dê frutos bons. Portanto, pelo fruto se conhece a árvore. Que tipo de árvore és tu? É pelas suas ações e atitudes que se conhece se alguém é bom ou mau. Quem tem a trave no olho é árvore má: não pode dar bons frutos nem pode converter os outros, como nós ouvimos no texto de ontem, senão somente escandalizá-los com seu mau procedimento. Ninguém pretende colher figos de um espinheiro, nem se apanham uvas de urtigas. Da mesma forma, como pretenderá alguém corrigir outros se ele mesmo leva uma vida desregrada? O homem bom diz e tira sempre o bem do depósito de boas ações que constituem o tesouro do seu coração como raiz de uma árvore. Mas o homem mau diz coisas más porque há maldade em seu coração. Pois a boca fala daquilo de que está cheio o coração.

Por que vocês invocam Senhor, Senhor, e não praticam o que lhes peço? A fé deve ser comprovada pelas obras para vocês não se tornarem guias cegos ou árvores infrutíferas. Vou mostrar-lhes a quem é comparável todo homem que vem a mim crendo, escuta de coração aberto a minha Palavra e a põe em prática. É semelhante a um homem que, ao construir sua casa, cavou bem fundo e assentou os alicerces na rocha. Vieram as enchentes, precipitaram-se contra aquela casa da vida, e ela não desabou por estar bem construída sobre a Rocha. Assim, aquele que ouve as minhas palavras e as pratica não abala sua estrutura religiosa interior com as tempestades e enchentes da vida, porque tem seus alicerces em mim. Aquele, porém, que ouve as minhas palavras e não as põe em prática na vida é semelhante ao homem que construiu sua casa ao rés do chão, sem o devido alicerce. Quando as águas das enchentes vieram contra essa casa, ela desabou. E sua ruína foi total. Assim, aquele que não fundamenta sua vida em mim, quando lhe surgem problemas, cai no desequilíbrio e na desgraça.

Neste texto Jesus se dirigiu e se dirige especialmente à hipocrisia e à malícia interior dos fariseus  e nossa que nos julgamos perfeitos e seguimos somente para contradizê-lo e molestá-lo. E que aplique a nós o ensinamento dessas duas casas. As casas representam a nossa vida: só se constrói uma vez. Por isso, salvação ou condenação – isto é, casa da vida sobre a rocha ou sem alicerce – se decide neste mundo pela vivência ou não da Palavra do Senhor no Evangelho.

Quem apenas ouve, mas não segue, não terá forças para resistir às enchentes dos problemas e sofrimentos da vida, e sofrerá tremenda catástrofe no julgamento final. Todos os esquemas de vida que não levam em consideração a realidade essencial que é Os professores da Lei julgavam boa a ação se fosse conforme à Lei. Jesus exige que ela venha de um bom interior. O coração é a fonte dos sentimentos, que geram pensamentos, palavras, ações, e é a sede das decisões. Palavras e obras revelam o interior da pessoa, desmascaram o coração como os frutos mostram a qualidade da planta. Consciência em ordem e coração que transborda o bem são pressuposições para quem exerce qualquer apostolado. Nosso tesouro interior será bom se a Palavra de Jesus tomou posse do coração. Não podemos chamar Jesus de Senhor se não vivermos a sua Palavra.

Então sua ação será fecunda e vivificante. É a casa construída sobre a rocha. Uma vida colocada a serviço do próximo, com seus frutos de amor e de misericórdia, permanece para toda a eternidade. Por isso, daí-me Senhor a graça de ser uma boa árvore que produza bons frutos para os meus irmãos e irmãs.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

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