sábado, 26 de dezembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 2,22-40 - 27.12.2015 - O menino crescia cheio de sabedoria.

Sagrada Família de Jesus, Maria e José
Natal
Cor: Branco

Evangelho - Lc 2,22-40

O menino crescia cheio de sabedoria.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,22-40

22Quando se completaram os dias
para a purificação da mãe e do filho,
conforme a Lei de Moisés,
Maria e José levaram Jesus a Jerusalém,
a fim de apresentá-lo ao Senhor.
23Conforme está escrito na Lei do Senhor:
'Todo primogênito do sexo masculino
deve ser consagrado ao Senhor.'
24Foram também oferecer o sacrifício
- um par de rolas ou dois pombinhos -
como está ordenado na Lei do Senhor.
25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão,
o qual era justo e piedoso,
e esperava a consolação do povo de Israel.
O Espírito Santo estava com ele
26e lhe havia anunciado que nóo morreria
antes de ver o Messias que vem do Senhor.
27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo.
Quando os pais trouxeram o menino Jesus
para cumprir o que a Lei ordenava,
28Simeão tomou o menino nos braços
e bendisse a Deus:
29'Agora, Senhor, conforme a tua promessa,
podes deixar teu servo partir em paz;
30porque meus olhos viram a tua salvação,
31que preparaste diante de todos os povos:
32luz para iluminar as nações
e glória do teu povo Israel.'
33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados
com o que diziam a respeito dele.
34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus:
'Este menino vai ser causa
tanto de queda como de reerguimento
para muitos em Israel.
Ele será um sinal de contradição.
35Assim serão revelados
os pensamentos de muitos corações.
Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma.'
36Havia também uma profetisa, chamada Ana,
filha de Fanuel, da tribo de Aser.
Era de idade muito avançada;
quando jovem, tinha sido casada
e vivera sete anos com o marido.
37Depois ficara viúva,
e agora já estava com oitenta e quatro anos.
Nóo saía do Templo, dia e noite servindo a Deus
com jejuns e orações.
38Ana chegou nesse momento
e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino
a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor,
voltaram à Galiléia, para Nazaré, sua cidade.
40O menino crescia e tornava-se forte,
cheio de sabedoria;
e a graça de Deus estava com ele.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão do Evangelho (Lc 2,22-40)
Rezemos pela nossa consagração a Deus

Fomos chamados pelo Papa Francisco a viver, neste ano, o “Ano da Vida Consagrada”. Rezemos para que possamos viver bem a nossa consagração batismal e pela vida religiosa e consagrada!
“Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor” (Lucas 2, 22).
Seguindo a lei mosaica (lei que Moisés recebeu das mãos de Deus), que diz que todo primogênito do sexo masculino deve ser entregue e consagrado ao Senhor, os pais de Jesus, completados os quarenta dias do Seu nascimento, levaram-No ao Templo para que Ele fosse entregue nas mãos de Deus, para que Ele fosse consagrado ao Senhor.
Talvez você deva se perguntar: “Mas como um consagrado vai ser novamente consagrado?” Jesus já é eternamente consagrado, mas Ele assumiu a natureza humana, assumiu ser um de nós e estar no meio de nós e, uma vez que o Senhor está no meio de nós, Ele vive essa condição e assume a nossa humanidade, por isso Ele se entrega e se consagra, em Sua inteira humanidade, ao coração do Pai.
A Igreja, devido à consagração de Nosso Senhor neste dia, nos chama a viver o Dia dos Consagrados, que são aqueles que se consagraram a Deus para realizar uma especial missão, um especial chamado. Todos os consagrados e as consagradas do Senhor, presentes nas comunidades religiosas, presentes nos vários institutos de vida consagrada e todos nós padres, que entregamos a nossa vida a Deus, celebramos hoje o Dia da Vida Consagrada!
Quando alguém se consagra a alguma coisa, essa pessoa se entrega àquilo a que se consagrou; ela coloca a sua vida e tudo aquilo que é nas mãos do Senhor Nosso Deus. Consagrar-se quer dizer: “oferecer-se”. Alguns vivem isso de forma mais radical. Como eu já me lembrei, anteriormente, de tantos membros da vida religiosa, da vida presbiteral, das nossas diversas comunidades de vida e de aliança [ou segundo elo]. Essas são algumas formas de nos consagrarmos a Deus, mas a verdade é que todo batizado é um consagrado, pois a unção paira sobre nós no dia do nosso batismo; e o óleo santo do crisma unge a nossa fronte, somos imbuídos no nosso peito pelo óleo catecumenal, que nos consagra, nos unge e nos entrega para sermos de Deus!
Queremos, no dia de hoje, assumir a nossa consagração, a nossa entrega a Deus! Existem pessoas que se consagram, se entregam e se propõem a viver diversas coisas do mundo. Deus tem o direito de ter os Seus consagrados; homens e mulheres que O servem de coração reto e sincero e se entregam inteiramente a Ele.
Rezemos hoje para que eu e você possamos viver bem a nossa consagração batismal e pela vida religiosa, pela vida consagrada. Fomos chamados pelo Papa Francisco a viver neste ano o “Ano da Vida Consagrada”. Que Deus dê perseverança, santidade e renovação espiritual a todos nós, que, de qualquer lugar deste mundo, resolvemos viver a entrega e a total consagração ao Senhor Nosso Deus!
Deus abençoe você!
Fonte Canção Nova


JESUS É APRESENTADO NO TEMPLO Lc 2,22-40
HOMILIA

A cena da apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém apresenta uma catequese bem amadurecida e bem refletida, que procura dizer quem é Jesus e qual a sua missão no mundo. Antes de mais, o autor sublinha repetidamente a fidelidade da família de Jesus à Lei do Senhor, como se quisesse deixar claro que Jesus, desde o início da sua caminhada entre os homens, viveu na escrupulosa fidelidade aos mandamentos e aos projetos do Pai. Desde o início da sua existência terrena, Ele entregou a sua vida nas mãos do Pai, numa adesão absoluta ao plano do Pai. A missão de Jesus no mundo passa por aí – pelo cumprimento rigoroso da vontade e do projeto do Pai.
Portanto, Jesus foi apresentado no Templo. Aí, duas personagens O acolhem: Simeão e Ana. Eles representam esse Israel fiel que espera ansiosamente a sua libertação e a restauração do reinado de Deus sobre o seu Povo. De Simeão diz-se que era um homem “justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel”.
As palavras e os gestos de Simeão são particularmente sugestivos… Simeão toma Jesus nos braços e apresenta-O ao mundo, definindo-O como “a salvação” que Deus quer oferecer “a todos os povos”, “luz para se revelar às nações e glória de Israel”. Jesus é, assim, reconhecido pelo Israel fiel como esse Messias libertador e salvador, a quem Deus enviou – não só ao seu povo, mas a todos os povos da terra. Aqui desponta um tema muito querido a Lucas: o da universalidade da salvação de Deus… Deus não tem já um Povo eleito, mas a sua salvação é para todos os povos, independentemente da sua raça, da sua cultura, das suas fronteiras, dos seus esquemas religiosos. As palavras que Simeão dirige a Maria: “este menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; e uma espada trespassará a tua alma”. Estas palavras aludem, provavelmente, à divisão que a proposta de Jesus provocará em Israel e ao resultado dessa divisão – o drama da cruz.
Ana é também uma figura do Israel pobre e sofredor (“viúva”), que se manteve fiel a Deus, não se voltou a casar, após a morte do marido, que espera a salvação de Deus. Depois de reconhecer em Jesus a salvação anunciada por Deus, ela “falava do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”. A palavra utilizada por Lucas para falar de libertação é a palavra resgate, utilizada no Êxodo para falar da libertação da escravidão do Egito (cf. Ex 13,13-15; 34,20; Nm 18,15-16). Jesus é, assim, apresentado por Lucas como o Messias libertador, que vai conduzir o seu Povo do domínio da escravidão para o domínio da liberdade. A apresentação no Templo de um primogênito celebrava precisamente a libertação do Egito e a passagem da escravidão para a liberdade.
O texto termina com uma referência ao resto da infância de Jesus e ao crescimento do menino em “sabedoria” e “graça”. Trata-se de atributos que lhe vêm do Pai e que atestam, portanto, a sua divindade. Em conclusão: Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens com uma missão que lhe foi confiada pelo Pai. O objetivo de Jesus é cumprir integralmente o projeto do Pai… E esse projeto passa por levar os homens da escravidão para a liberdade e em apresentar a proposta de salvação de Deus a todos os povos da terra, mesmo àqueles que não pertencem tradicionalmente à comunidade do Povo de Deus.
Poderíamos dizer que se celebra hoje em toda a Igreja um singular “ofertório”, no qual os homens e as mulheres consagradas ao ministério de Jesus renovam espiritualmente o dom de si. Agindo desta forma, ajudam as comunidades eclesiais a crescer na dimensão oblativa que as constitui intimamente, as edifica e as estimula a testemunhar Jesus pelos caminhos do mundo.
A “apresentação do Senhor” no Templo de Jerusalém revela que, desde o início da sua caminhada entre os homens, Jesus escolheu um caminho de total fidelidade aos mandamentos e aos projetos do Pai. Ao oferecer-Se a Deus em oblação, ao ser “consagrado” ao Pai, Jesus manifesta a sua disponibilidade para cumprir fiel e incondicionalmente o plano salvador do Pai até às últimas conseqüências, até ao dom total da própria vida em favor dos homens.
Jesus é-nos apresentado, neste texto, como “a salvação colocada ao alcance de todos os povos”, a “luz para se revelar às nações e a glória de Israel”, o messias com uma proposta de libertação para todos os homens.
Que eco é que esta “apresentação” de Jesus tem no coração dos consagrados? Jesus é, de fato, a luz que ilumina as suas vidas e que os conduz pelos caminhos do mundo? Ele é o caminho certo e inquestionável para a salvação, para a vida verdadeira e plena? É n’Ele que colocam a sua ânsia de libertação e de vida nova? Este Jesus aqui apresentado tem real impacto na sua vida, nas suas opções, nos passos que dão no seu caminho de consagração, ou é apenas uma figura decorativa de certo cristianismo de fachada?
Simeão e Ana são, na cena evangélica que nos é proposta, figuras do Israel fiel, que foi preparado desde sempre para reconhecer e para acolher o messias de Deus. Na verdade, quando Jesus aparece, eles estão suficientemente despertos para reconhecer naquele bebé o messias libertador que todos esperavam e apresentam-n’O formalmente ao mundo.
Hoje, como discípulos que acolheram Jesus como a sua luz e que aceitaram segui-l’O temos a responsabilidade de O apresentar ao mundo e de O tornar uma proposta questionadora, libertadora, iluminadora, salvadora, para os homens nossos irmãos. É isso que acontece? Através do nosso anúncio – feito com palavras, com gestos, com atitudes, com a fidelidade aos compromissos exige o nosso batismo. A Vida cristã é chamada a refletir de maneira particular a luz de Cristo. É preciso que sejamos luz e conforto para cada pessoa, velas acesas que ardem com o próprio amor de Cristo, luz que ilumina as sombras do mundo e que profeticamente anuncia a aurora de uma nova realidade.
Fonte PADRE BANTU MENDONÇA KATCHIPWI SAYLA

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