quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 3,1-6 - 06.12.2015 - Todas as pessoas verão a salvação de Deus.

2º DOMINGO Advento
Cor: Roxo

Evangelho - Lc 3,1-6

Todas as pessoas verão a salvação de Deus.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 3,1-6

1No décimo quinto ano do império de Tibério César,
quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia,
Herodes administrava a Galiléia,
seu irmão Filipe, as regiões da Ituréia e Traconítide,
e Lisânias a Abilene;
2quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes,
foi então que a palavra de Deus
foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto.
3E ele percorreu toda a região do Jordão,
pregando um batismo de conversão
para o perdão dos pecados,
4como está escrito
no Livro das palavras do profeta Isaías:
'Esta é a voz daquele que grita no deserto:
'preparai o caminho do Senhor,
endireitai suas veredas.
5Todo vale será aterrado,
toda montanha e colina serão rebaixadas;
as passagens tortuosas ficarão retas
e os caminhos acidentados serão aplainados.
6E todas as pessoas verão a salvação de Deus''.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão -  Lc 3,1-6
O Espírito do Batista!

Advento! Tempo de se preparar para acolher o Senhor que vem! Por mais escuro que esteja o horizonte à nossa frente, precisamos acreditar que dias melhores virão, pois Deus é fiel e não abandona seu povo.
Nesse segundo domingo do Advento, João Batista aparece como uma voz no deserto, fazendo um apelo à conversão, para preparar o caminho do Senhor!
O Evangelho (Lc 3, 1-6) fala da Missão de João Batista: preparar o coração dos homens para acolher o Messias.
O Senhor vem… O Senhor está para chegar e ninguém percebe nada. O mundo continua, como de costume, na indiferença mais completa, num consumismo selvagem!…
Escutemos as palavras do Profeta, o anúncio de João Batista: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas… todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixados…” (Lc 3, 4-5).

Toda a essência da vida de João, desde o seio materno, esteve subordinada a essa missão! João se entrega totalmente nessa missão, dedicando-se a ela, não por gosto pessoal, mas por ter sido concebido para isso. E vai realizar a sua missão até o fim, até dar a vida, no cumprimento da sua vocação.

Foram muitos os que conheceram Jesus graças ao trabalho apostólico do Batista. Os primeiros discípulos seguiram Jesus por indicação expressa dele e muitos outros se prepararam interiormente para segui-Lo,, graças à sua pregação.
É bela a Vocação de João Batista! A vocação abarca a vida inteira e leva a fazer girar tudo em torno da missão divina. Cada homem, no seu lugar e dentro das suas próprias circunstâncias, tem uma vocação dada por Deus; de que ela se cumpra dependem outras coisas queridas pela vontade divina!
“Eu sou a voz que clama no deserto!” João Batista não é mais do que a voz, a voz que anuncia Jesus. Essa é a sua missão, a sua vida, a sua personalidade. Todo o seu ser está definido em função de Jesus, como teria que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer cristão. O importante da nossa vida é Jesus!
À medida que Cristo se vai manifestando, João procura ficar em segundo plano, ir desaparecendo. Dizia São Gregório: “João Batista perseverou na santidade porque se conservou humilde no seu coração.”
Como precursor, indica-nos o caminho que devemos seguir! Na ação apostólica pessoal- enquanto preparamos os nossos amigos para que encontrem o Senhor-, devemos procurar não ser o centro. O importante é que Cristo seja anunciado, conhecido e amado.
Sem humildade, não poderíamos aproximar os nossos amigos de Deus. E então a nossa vida ficaria vazia.
Não somos apenas precursores! Somos  também testemunhas de Cristo. Recebemos, com a graça batismal e a Crisma, o honroso dever de confessar a fé em Cristo, com as nossas ações e com a nossa palavra.  Que tipo de testemunhas nós somos? Como é o nosso testemunho cristão entre os nossos colegas, na família?
Temos que dar testemunho e , ao mesmo tempo, apontar aos outros o caminho. “Também conduzir-nos de tal maneira que, ao ver-nos, os outros possam dizer: este é cristão porque não odeia, porque sabe compreender, porque não é fanático, porque está acima dos instintos, porque é sacrificado, porque manifesta sentimento de paz, porque ama” (É Cristo que passa, nº 122).
Nesse tempo do Advento, encontramos muitas pessoas olhando em outra direção, de onde não virá ninguém; ou onde outros estão debruçados sobre os bens materiais, como se fossem o seu último fim; mas eles jamais satisfarão o seu coração!  Cabe a nós apontar-lhes o Caminho. A todos! Diz-nos Santo Agostinho: “Sabeis o que cada um de nós tem que fazer em casa, com o amigo, com o vizinho, com os dependentes, com o superior com o inferior. Não queirais, pois, viver tranquilos até conquistá-los para Cristo, porque vós fostes conquistados por Cristo.”
A nossa família, os amigos, os colegas de trabalho, as pessoas que vemos com frequência, devem ser os primeiros a beneficiar-se  do nosso amor por Deus. Com o exemplo e com a oração, devemos chegar até mesmo àqueles com quem não temos ocasião de falar habitualmente, porém, não devemos nos esquecer que é a graça de Deus, não as nossas forças humanas, que consegue levar as almas ao Senhor!
Que o Senhor nos ilumine para descobrirmos, em nossa vida, quais as estradas tortuosas temos que endireitar para chegar até Ele.  E quais os vales a preencher na vida profissional, na vida espiritual, na vida familiar, na vida de comunidade?
Possamos perceber que temos que abaixar nosso orgulho, nossa auto-suficiência!
Deus quer servir-se de nós para preparar os homens de hoje para a vinda de Cristo no Natal desse ano.
Temos o mesmo espírito de João Batista?
Fonte Presbíteros


PREPARAI O CAMINHO DO SENHOR Lc 3,1-6
HOMILIA

Na caminhada para o Natal e para o jubiloso encontro com Jesus, nós somos ajudados por grandes personagens. A começar pela Virgem Maria, a aurora que anunciou a chegada do Sol. E vem depois o profeta Isaías, que lá das distâncias dos tempos bíblicos entreviu com admirável clareza os tempos do Messias. E ainda São Paulo, que é o sublime teólogo que “contempla a grandeza de Cristo”. E, de modo muito particular, São João Batista, o último dos profetas e o Precursor do Evangelho. Ele preparou o povo, lá nas margens do Jordão, para receber a Cristo no início de sua vida pública. E vem agora ajudar-nos na chegada do Natal.

João Batista é um profeta eminentemente austero. No seu modo de vestir – uma roupa de pêlos de camelo e um cinto de couro – e de se alimentar – gafanhotos e mel silvestre – na sua vida e na sua pregação. Dele falara Isaías, quando disse: Voz do que clama no deserto: Preparai os caminhos do Senhor. Essa voz ressoou rude e forte, conclamando os pecadores à conversão. E, apesar da dureza de suas palavras, os pecadores vinham até ele e ouviam suas terríveis ameaças, duras, sobretudo quando ele percebeu entre os seus ouvintes os fariseus e os saduceus. E recebiam o batismo que ele ministrava nas águas do Jordão, preludiando o futuro batismo do Cristianismo: Eu vos batizo com água, para vos mover à penitência, mas o que vem depois de mim é mais forte do que eu… Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. E eram inúmeras as conversões.

Nós também devemos ouvi-lo. Não nos assustemos com a veemência de sua pregação. Cada estilo tem sua época. E cada homem tem seu estilo. Hoje também temos pregadores que imitam de algum modo a rudeza da pregação do Batista. São missionários cheios de zelo, e causam grande impressão nos ouvintes, e dobram a dureza de muitos corações. Sobretudo pelo testemunho de vida que acompanha suas palavras. São instrumentos de Deus para fazer sentir a gravidade do pecado e o perigo da condenação. Sobretudo para aqueles que andam adormecidos numa vida pecaminosa, confiando – quem sabe? – nos seus privilégios de cristãos. João Batista dizia para os seus ouvintes: Não penseis que basta dizer dentro de vós mesmos: ‘Temos por pai Abraão’. Porque eu vos digo que Deus pode destas pedras suscitar filhos de Abraão. E se referia, sem dúvida, não simplesmente às pedras, tão abundantes ali no deserto, mas às pedras dos corações endurecidos pelo erro e pelo pecado.

João preparou o caminho para Jesus. Ele é o Precursor. Seria maravilhoso que na devoção popular a São João Batista – tão folclórica! – não faltasse esse elemento. Saber que ele nos leva a Cristo. Ele não é um ponto de chegada! Ele é o caminho. E nos leva a Cristo pela palavra, pelo exemplo, pelo desejo sincero de levar todos a fugir do pecado e a conseguir a salvação.

Esse mesmo Isaías que nos definiu com palavras tão felizes a pessoa de João Batista – a voz que clama no deserto -, fala-nos de Cristo com palavras ainda mais maravilhosas, que podemos encontrar a cada passo na liturgia. Neste domingo, por exemplo, encontramos um verdadeiro perfil de Cristo, enquanto cheio da presença do Espírito Santo: Ele é “um rebento da raiz de Jessé – isto é, um descendente de Davi -, sobre quem repousa o Espírito do Senhor! Espírito de Sabedoria e de discernimento, Espírito de conselho e de fortaleza, Espírito de ciência e de piedade, e o encherá do Espírito do temor do Senhor! Notemos que essa enumeração, adotada pelo texto da Vulgata, corresponde à nossa lista dos “sete dons do Espírito Santo, como aparecem no ritual do sacramento da Crisma.

Esse Cristo, cheio do Espírito do Senhor, transformará a terra numa terra de paz: o lobo habitando com o cordeiro, o cabrito com o leopardo, a vaca com o urso, a criancinha podendo pôr sem medo a mão na cova da serpente. Não haverá perigo, porque o conhecimento do Senhor encherá a terra como as águas enchem o mar (cfr Is 11,1-10). E o profeta conclui com esta proclamação de vitória: Naquele dia, a raiz de Jessé se erguerá como sinal dos povos” (v. 10). Como um grande estandarte levantado no coração da História. Como irá proclamar a carta aos hebreus: “Cristo ontem, hoje e para todos os séculos! (Hb 13,8).

Espírito que converte, toca o coração de todas as pessoas para que, abandonando seus erros e vícios, voltem-se para Jesus, por uma sincera conversão.


Fonte Canção Nova

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