sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 1,39-47 - 12.12.2015 - "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!"

Nossa Senhora de Guadalupe . Festa
Cor: Branco

Evangelho - Lc 1,39-47

"Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!"

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-47

39Naqueles dias,
Maria partiu para a região montanhosa,
dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia.
40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel.
41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
a criança pulou no seu ventre
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42Com um grande grito, exclamou:
"Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!"
43Como posso merecer
que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos,
a criança pulou de alegria no meu ventre.
45Bem-aventurada aquela que acreditou,
porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu".
46Então Maria disse:
"A minha alma engrandece o Senhor,
47e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador".
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão Lc 1,39-47 

 Depois de anunciado que o Salvador estava encarnado na gravidez  de Maria,tudo é iluminado por muita alegria.

Maria apressa-se a visitar sua prima Isabel, na cena que se desenvolve no Evangelho; João Batista se agita no seio da mãe; Maria canta o belo hino de alegria. Parece que Maria visita Isabel para retribuir a visita do anjo visitando a prima num gesto de solidariedade.

Em Guadalupe, Maria visita os pobres na pessoa de Juan Diego. Os povos da América Latina acreditam que a hora chegou para os pobres e a promovem sua padroeira.

Na reflexão que proponho a seguir, é para insisto no motivo da alegria.

Nas línguas originais em que a Bíblia foi escrita, Gabriel não usa a expressão “Ave”, mas “Alegra-te, Maria!” (Lc 1,28). Alegrar-se por que motivo?

Maria não está ali diante do anjo em caráter pessoal. Maria está ali representando o povo de Deus reunido em comunidade na Igreja. Gabriel, portanto, vem anunciar à Igreja/comunidade fiel na fé a maior de todas as Boas Notícias que o povo esperava: o projeto de Deus começa a caminhar para a alegria de todos. Deus é fiel, ele começa a cumprir sua promessa.

O povo de Deus tinha recebido a promessa do Salvador. Então, o povo de Deus tinha o direito de receber a Boa Notícia em primeira mão. Aqui chega ao fim a longa espera: está entrando em ação o projeto de salvação da humanidade. É para inflar o peito e extravasar a alegria!

No entanto, é possível admitir que Maria também pudesse alegrar-se pelo fato de haver sido escolhida e preparada para ser a mãe do Salvador. Em Maria, porém, essa alegria não seria por vaidade pessoal, porque que ela se colocou a serviço do projeto de Deus. A “serva do Senhor” pode e deve alegra-se, porque sua grandeza está no chamado para prestação de serviço a Deus nas necessidades do povo (Lc 1,38; 1,39-56; Gl 5,13).

A pessoa de Maria, grávida, não é a Boa Notícia.  A Boa Notícia está encarnada no seio dela. Maria é a portadora da Boa Notícia.

O anúncio da alegria total será consumado quando os anjos anunciarem a Ressurreição de Jesus. Porque, pela Ressurreição, a obra redentora de Cristo, agora iniciada, estará completa e definitiva.  Tanto assim que, no Tempo Pascal, a Igreja substitui a recitação do “Ângelus”: “O anjo do Senhor anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo”. No lugar, entra a recitação da oração: “Rainha do céu alegrai-vos, aleluia”. Por que essa alegria? “Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia!”. É o projeto do Pai em ação! Costuma-se recitar estas orações pela manhã, ao meio-dia e à tardinha.

Voltando a Maria, representante da comunidade/Igreja, celebramos no Advento a gravidez da Igreja, grávida de Jesus que é o projeto do Pai para a salvação da humanidade. Hoje, a Igreja é a portadora desta feliz Boa Notícia para o mundo: o Salvador já chegou e a obra da salvação está em andamento sob a responsabilidade da Igreja.

A alegria de Maria e do povo de Deus que ela representa começa, sim, naquela saudação do anjo. Com a encarnação, e depois a manifestação do Menino pelo nascimento, Deus deslancha seu eterno projeto de amor para a salvação da humanidade. E a Boa Notícia tem a chancela da Ressurreição!


MARIA VISITA ISABEL Lc 1,39-47
HOMILIA

Estamos celebrando, hoje, a festa da padroeira de toda a América Latina: Nossa Senhora de Guadalupe. Somos convidados a erguer nossas vozes e preces, não apenas às súplicas como estamos habituados a fazer – pedir, pedir e pedir. A prece que temos de erguer, neste dia, é a de louvor, de ação de graças ao Pai por todo o povo, sobretudo o sofredor deste continente. O melhor que a América tem é o seu povo; mas como eles têm sofrido, têm sido excluídos!

Quero citar o caso dos índios e alguns afro-descendentes em quilombos, condenados a comer “o pão que o diabo amassou”, a viver em reservas como se fossem animais nos jardins zoológicos. Ai meu Deus, como dói e que pena! Como a imagem e semelhança de Deus têm sido desfigurada nestes nossos irmãos e irmãs! Certo é que a mão de Deus toca a vida e o coração de nossa gente. Veja que a história de Guadalupe principia-se junto do índio pobre e explorado.

São João Diego é sinal de que Deus fez sua história de salvação junto de nosso povo. Por isso, louvemos Nossa Senhora de Guadalupe. Hoje é o dia de gritar e clamar bem alto: “Bendita, porque acreditou nos projeto de Deus; de trazer ao mundo, e entre nós, o seu Filho Jesus Cristo, nosso Salvador”.

As narrativas de infância que falam do anúncio e nascimento de Jesus são exclusivas de Mateus e de Lucas. Marcos inicia seu Evangelho a partir da proclamação e batismo de João Batista. Já o Evangelho de João apresenta o prólogo da encarnação do Verbo antes das narrativas de João Batista. Enquanto em Mateus as narrativas de infância colocam José em foco, em Lucas o destaque é dado a Maria. Lucas faz ainda uma íntima relação, em paralelo, entre João Batista e Jesus, desde os respectivos anúncios de concepção feitos pelo anjo Gabriel.

No texto de hoje, Lucas descreve a cena da visitação de Maria à sua prima Isabel. Nessa aproximação entre elas, ambas portadoras dos filhos em seus ventres, Lucas acentua a superioridade de Jesus sobre João. Assim, são destacadas a alegria da criança no ventre de Isabel e a proclamação desta a Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”.

Maria, logo que acolhe o projeto de Deus na sua vida, lança-se para a missão. Vai na direção das regiões montanhosas, à casa de sua prima Isabel. Não para fazer turismo: dormir, passear, comer e beber, mas para servir. Sua prima estava grávida, já no sexto mês. As duas se olharam, saudaram-se e se descobriram envolvidas em mistérios divinos. Cheia do Espírito Santo, Isabel exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”.

Veja, uma simples mulher reconhece a divindade que Maria traz em seu ventre. Como nós, cheios de conhecimento, estudiosos, doutores e mestres nas coisas do mundo, não conseguimos enxergar a imagem e semelhança de Deus nas pessoas mais humildes, pobres, doentes, encarcerados e dementes com que cruzamos, convivemos, trabalhamos?

Somos chamados à prática da caridade no dia de hoje. Da mesma forma que Maria se encheu de zelo pelo serviço ao próximo, sejamos também nós assim; partamos ao encontro dos mais necessitados. Lembro-o de que quem ajuda um pobre, empresta a Deus. Maria recebe como retribuição de Isabel a exclamação: “Bendita entre as mulheres é aquela que acreditou e fez dela o plano de Deus”.

Maria e Isabel compreenderam o que Deus, nelas, realizava. Será que você e eu somos capazes de descobrir o que Deus quer de nós? Eu sei que somos. Mas como compreender isto? Sejamos também acolhedores do Reino de Deus em nossas vidas e seremos felizes.
Fonte Canção Nova

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