segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mc 4,1-20 - 28.01.2015 - O semeador saiu a semear.

Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra.
4ª-feira da 3ª Semana Tempo Comum
S. Tomás de Aquino PresbDr, memória
Cor: Branco

Evangelho - Mc 4,1-20

O semeador saiu a semear.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 4,1-20

Naquele tempo:
1Jesus começou a ensinar de novo
às margens do mar da Galiléia.
Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele,
de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou,
enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia.
2Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas.
E, em seu ensinamento, dizia-lhes:
3'Escutai! O semeador saiu a semear.
4Enquanto semeava,
uma parte da semente caiu à beira do caminho;
vieram os pássaros e a comeram.
5Outra parte caiu em terreno pedregoso,
onde não havia muita terra;
brotou logo, porque a terra não era profunda,
6mas, quando saiu o sol, ela foi queimada;
e, como não tinha raiz, secou.
7Outra parte caiu no meio dos espinhos;
os espinhos cresceram, a sufocaram,
e ela não deu fruto.
8Outra parte caiu em terra boa
e deu fruto, que foi crescendo e aumentando,
chegando a render trinta, sessenta e até cem por um.'
9E Jesus dizia:
'Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.'
10Quando ficou sozinho,
os que estavam com ele, junto com os Doze,
perguntaram sobre as parábolas.
11Jesus lhes disse:
'A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus;
para os que estão fora, tudo acontece em parábolas,
12para que olhem mas não enxerguem,
escutem mas não compreendam,
para que não se convertam e não sejam perdoados.'
13E lhes disse:
'Vós não compreendeis esta parábola?
Então, como compreendereis todas as outras parábolas?
14O semeador semeia a Palavra.
15Os que estão à beira do caminho
são aqueles nos quais a Palavra foi semeada;
logo que a escutam, chega Satanás
e tira a Palavra que neles foi semeada.
16Do mesmo modo,
os que receberam a semente em terreno pedregoso,
são aqueles que ouvem a Palavra
e logo a recebem com alegria,
17mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes;
quando chega uma tribulação ou perseguição,
por causa da Palavra, logo desistem.
18Outros recebem a semente entre os espinhos:
são aqueles que ouvem a Palavra;
19mas quando surgem as preocupações do mundo,
a ilusão da riqueza e todos os outros desejos,
sufocam a Palavra, e ela não produz fruto.
20Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom,
são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto;
um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Mc 4, 1-20

Entre as diversas formas muito utilizadas por Jesus para nos mostrar as realidades eternas, encontramos as parábolas. A partir das experiências do dia a dia das pessoas, Jesus vai mostrando as verdades do Reino. Hoje o evangelho nos mostra a parábola do semeador, pregada e explicada por Jesus, para mostrar a necessidade de acolhermos a sua mensagem de tal modo que ela produza muitos frutos para nós e para toda a Igreja. As parábolas nos mostram a necessidade de olharmos a vida e tudo o que nos cerca com os olhos da fé, a fim de que possamos tirar da realidade lições de vida que nos aproximem cada vez mais de Deus e nos ajudem a descobrir e realizar a sua vontade.
Fonte CNBB



O SEMEADOR, A SEMENTE E O SOLO Mc 4,1-20
HOMILIA

Jesus contou freqüentemente, por parábolas, histórias sobre os acontecimentos do dia-a-dia que ele usava para ilustrar verdades espirituais.

Esta história fala de um fazendeiro que lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados, dependendo do tipo do solo. A importância desta parábola é salientada por Jesus em Marcos 4:13: “Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas?” Jesus está dizendo que esta parábola é fundamental para o entendimento das outras. Esta é uma das três únicas parábolas registradas em mais do que dois evangelhos, e também é uma das únicas que Jesus explicou especificamente. Precisamos meditar cuidadosamente nesta história.

A história em si é simples: “Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e, estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por um” (Lucas 8:5-8). A explicação de Jesus é também fácil de entender: “A semente é a palavra de Deus. A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos. A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam. A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer. A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido d bom e reto coração retêm a palavra; estes frutificam com perseverança” (Lucas 8:11-15). Alguém ensina as Escrituras a várias pessoas; a resposta dessas pessoas depende do estado do coração delas, isto é, de sua atitude. Consideremos o semeador, a semente e o solo.

O trabalho do semeador é colocar a semente no solo. Uma vez que a semente for deixada no celeiro, nunca produzirá uma safra, por isso seu trabalho é importante. Mas a identidade pessoal do semeador não é. O semeador nunca é chamado pelo nome nesta história. Nada nos é dito sobre sua aparência, sua capacidade, sua personalidade ou suas realizações. Ele simplesmente põe a semente em contato com o solo. A colheita depende da combinação do solo com a semente.

Aplicando-se espiritualmente, os seguidores de Cristo devem estar ensinando a palavra. Quanto mais ela é plantada nos corações dos homens, maior será a colheita. Mas a identidade pessoal do professor não tem importância. “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma cousa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento” (1 Coríntios 3:6-7). Em nossos dias, o semeador tornou-se a figura principal e a semente é bastante esquecida. A propaganda das campanhas religiosas freqüentemente contém uma grande fotografia do orador e dá grande ênfase ao seu nível escolar, sua capacidade pessoal e o desenvolvimento de sua carreira; o evangelho de Cristo que ele supõe-se estar pregando é mencionado apenas naquelas letrinhas, lá no canto. Não devemos exaltar os homens, mas fixarmo-nos completamente no Senhor.

A semente é a Palavra de Deus. Cada conversão é o resultado do assentamento do evangelho dentro de um coração puro. A palavra gera (Tiago 1:18), salva (Tiago 1:21), regenera (1 Pedro 1:23), liberta (João 8:32), produz fé (Romanos 10:17), santifica (João 17:17) e nos atrai a Deus (João 6:44-45). Como o evangelho se espalhava no primeiro século, foi-nos dito muito pouco sobre os homens que o divulgaram, porém muito nos foi dito sobre a mensagem que eles disseminaram.

A colheita do evangelho pode ser pequena (se o solo for pobre), mas Deus só nos deu permissão para plantar a palavra. Somente plantando a Palavra de Deus nos corações dos homens o Senhor receberá o fruto que ele espera. Ou, usando uma figura diferente: as Escrituras são a isca de Deus para atrair o peixe que ele quer salvar. Precisamos aprender a ficar satisfeitos com seu plano.

O fruto produzido depende da resposta à Palavra. É decisivamente importante ler, estudar e meditar sobre as Escrituras. A palavra tem que vir habitar em nós (Colossenses 3:16), para ser implantada em nosso coração (Tiago 1:21). Temos que permitir que nossas ações, nossas palavras e nossas próprias vidas sejam formadas e moldadas pela palavra de Deus.

Uma safra sempre depende da natureza da semente, não do tipo da pessoa que a plantou. Um pássaro pode plantar uma castanha: a árvore que nascer será um castanheiro, e não um pássaro. Isto significa que não é necessário tentar traçar uma linhagem ininterrupta de fiéis cristãos, recuando até o primeiro século. Há força e autoridade próprias da palavra para produzir cristãos como aqueles do tempo dos apóstolos. A palavra de Deus contém força vivificante. O que é necessário é homens e mulheres que permitam que a palavra cresça e produza frutos em suas vidas; pessoas com coragem para quebrar as tradições e os padrões religiosos em volta deles, para simplesmente seguir o ensinamento da Palavra de Deus. Hoje em dia, a palavra de Deus tem sido freqüentemente misturada com tanta tradição, doutrina e opinião que é quase irreconhecível. Mas se pusermos de lado todas as inovações dos homens e permitirmos que a palavra trabalhe, podemos tornar-nos fiéis discípulos de Cristo justamente como aqueles que seguiram Jeus quase 2000 anos atrás. A continuidade depende da semente.

É perturbador notar que a mesma semente foi plantada em cada tipo de solo, mas os resultados foram muito diferentes. A mesma palavra de Deus pode ser plantada em nossos dias; mas os resultados serão determinados pelo coração daquele que ouve.

Alguns são solos de beira de estrada, duro, impermeável. Eles não têm uma mente aberta e receptiva para permitir que a palavra de Deus os transforme. O evangelho nunca transformará corações como estes porque eles não lhe permitem entrar.

As raízes das plantas, no solo pedregoso, nunca se aprofundam. Durante os tempos fáceis, os brotos podem parecer interessantes, mas abaixo da superfície do terreno, as raízes não estão se desenvolvendo. Como resultado, se vem uma pequena temporada seca ou um vento forte, a planta murcha e morre. Os cristãos precisam desenvolver suas raízes por meio de fé em Cristo e de estudo da Palavra cada vez mais profundo. Quando se permite que ervas daninhas cresçam junto com a semente pura, nenhum fruto pode ser produzido. As ervas disputam a água, a luz solar e os nutrientes e, como resultado, sufocam a boa planta. Existe uma grande tentação a permitir que interesses mundanos dominem tanto nossa vida que não nos resta energia para devotar ao crescimento do evangelho em nossas vidas.

Então, há o bom solo que produz fruto. A conclusão desta parábola é deixada para cada um escrever. Que espécie de solo você é?
Fonte Canção Nova

Nenhum comentário:

Postar um comentário