quarta-feira, 10 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 6,39-42 - 12.09.2014 - Pode um cego guiar outro cego?

Pai,
concede-me suficiente autocrítica
que me predisponha a corrigir meu semelhante,
sem incorrer na malícia dos hipócritas.
Verde. 6ª-feira da 23ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 6,39-42

Pode um cego guiar outro cego?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 6,39-42

Naquele tempo:
39Jesus contou uma parábola aos discípulos:
'Pode um cego guiar outro cego?
Não cairão os dois num buraco?
40Um discípulo não é maior do que o mestre;
todo discípulo bem formado será como o mestre.
41Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão,
e não percebes a trave que há no teu próprio olho?
42Como podes dizer a teu irmão:
Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho,
quando tu não vês a trave no teu próprio olho?
Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho,
e então poderás enxergar bem
para tirar o cisco do olho do teu irmão.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 6, 39-42

A nossa vida espiritual deve ser marcada por um constante aprendizado, de modo que sejamos, ao mesmo tempo, evangelizadores e evangelizados, e o crescimento na fé realize-se principalmente na experiência da vida comunitária, na troca de experiência e na valorização de tudo o que os outros podem nos oferecer, sem ficar vendo apenas as dificuldades, os problemas e os erros das pessoas que estão ao nosso lado. Mas tudo isso deve ser iluminado por uma mística: devemos ser dóceis ao Espírito Santo, nos deixar ser conduzidos por ele, já que não somos os donos da verdade e ele é o Espírito da Verdade, que nos conduzirá à plena verdade. Somente agindo assim é que não seremos os cegos que guiam outros cegos, mas sim todos guiados pelo próprio Deus.
Fonte CNBB



CISCO OU TRAVE? Lc 6,39-42
HOMILIA

Após a proclamação das bem-aventuranças, Lucas reúne, na segunda metade do capítulo 6, várias sentenças de Jesus veiculadas na tradição das comunidades. Compõe, assim, um discurso à semelhança do Sermão da Montanha, de Mateus. No texto de hoje, temos duas sentenças correlacionadas entre si. A referência à "parábola", na introdução do texto, parece vincular-se à parábola das duas casas, narrada mais adiante. Na primeira sentença, temos as duas interrogações sobre o cego que guia outro cego. É possível, que, originalmente, fosse dirigida aos fariseus tidos como guias de uma doutrina que desorientava o povo. Lucas a aplicaria também aos discípulos, os quais deveriam entender melhor a missão de Jesus. Ao estarem bem formados, não deverão pretender ser maior do que Jesus. A segunda interrogação é feita com uma comparação, usando o exagero: o cisco ou a trave no olho. Em vez de ficar procurando defeitos nos irmãos, é importante que se faça uma autocrítica.
É para nós também que Lucas transmite a mensagem de Jesus. Somos convidados a nos ajudar mutuamente na caminhada que fazemos em busca da perfeição. A nem um de nós cabe o papel de “mestre” e de “senhor” da situação, apenas ditando preceitos e normas para que os outros cumpram. Tudo o que nós desejarmos das pessoas com quem nos relacionamos deverá ser regra de vida para nós. É nosso dever, em primeiro lugar, examinar como estamos vivendo e qual o testemunho que nós estamos oferecendo ao mundo para que as outras pessoas sejam guiadas por nós. Se, estamos cegos e não reconhecemos as nossas próprias falhas; se, não buscamos emendar o que está torto em nós, nunca poderemos aconselhar, exortar ou admoestar alguém que também é passível de erro. A trave nos nossos olhos nos impede de enxergar as nossas fraquezas e limitações. Para tirá-la, nós precisamos pedir ao Espírito Santo que purifique os nossos pensamentos, sentimentos e as nossas atitudes. Do contrário, Jesus nos lembra, nós poderemos cair no barranco e levar muita gente conosco. Porque não fazemos isso, é que muitos se decepcionam conosco e têm a sua fé enfraquecida se afastando do convívio da comunidade e culpando a Deus pelas nossas incoerências. Somos hipócritas quando disfarçamos as nossas tendências e fraquezas debaixo de uma capa e ao mesmo tempo ressaltamos os defeitos dos outros e os revelamos ao mundo, sem piedade.
Você é responsável na condução de alguém? – Como pessoa comprometida você tem conseguido ser um exemplo a ser seguido? – Ou você é daqueles que dizem “façam o que digo e não faça o que eu faço”? – Você disfarça as suas fraquezas? – E os defeitos alheios você os expõe? Com humildade e simplicidade prepare com lucidez e amor, o seu coração para fazer a correção fraterna do irmão.
Pai, concede-me suficiente autocrítica que me predisponha a corrigir meu semelhante, sem incorrer na malícia dos hipócritas.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

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