Evangelho (Mateus 13,16-17)
Quinta-Feira, 26 de Julho de 2012
São Joaquim e Sant’Ana
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 16“Felizes
sois vós, porque vossos olhos vêem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos
digo, muitos profetas e justos desejavam ver o que vedes, e não viram,
desejavam ouvir o que ouvis, e não ouviram”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Que os idosos de hoje
sejam exemplos de virtude às futuras gerações
julho 26th, 2012
“Quanto a vós,
ditosos os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Em
verdade vos digo: muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e
não viram, e ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram!” (Mateus 13,16-17).
Jesus faz com que os Seus discípulos sintam a grandeza do
dom recebido. Ele não lhes fala do Reino de Deus em parábolas, pois estas
velavam uma doutrina que a interpretação de muitos poderia deturpar em sentidos
nacionalista e material. A eles, dóceis e humildes, Jesus comunicava a
interpretação exata das parábolas: a felicidade e a salvação são para todos,
acima de tudo para os oprimidos, os frágeis, as mulheres, os excluídos, os
pequeninos, os estrangeiros e os pobres; a origem desta redenção eterna é Deus,
que Ele anuncia como Pai, Filho e Espírito Santo.
Sem dúvida, Ana e Joaquim pertenciam ao grupo de judeus
piedosos que esperavam a consolação de Israel, e a eles foi dada uma tarefa
especial na história da salvação: foram escolhidos por Deus para gerar a
Imaculada que, por sua vez, é chamada a gerar o Filho do Senhor.
Estamos, hoje, celebrando o dia de São Joaquim e Sant’Ana,
os pais da Bem-Aventurada Virgem Maria. Esta não podia deixar de irradiar a
graça totalmente especial da sua pureza, a plenitude da graça que a preparava
para o desígnio da maternidade divina.
Podemos imaginar quanto estes pais receberam dela, ao mesmo
tempo que cumpriam seu dever de educadores. Mãe e filha estavam unidas não
apenas por laços familiares, mas também pela comum expectativa do cumprimento
das promessas, pela recitação multiforme dos Salmos e pela evocação de uma vida
entregue a Deus.
Sant’Ana e São Joaquim são modelos por sua santidade vivida
em idade avançada. Em conformidade com uma antiga tradição, eles já eram idosos
quando lhes foi confiada a tarefa de dar ao mundo, conservar e educar a Santa
Mãe de Deus.
Na Sagrada Escritura, a velhice é circundada de veneração
(cf. 2 Mac 6, 23). O justo não pede para ser privado da velhice e do seu peso;
ao contrário, ele reza assim: “Vós sois a minha esperança, a minha confiança,
Senhor, desde a minha juventude… Agora, na velhice e na decrepitude, não me
abandoneis, ó Deus, para que eu narre às gerações a força do vosso braço, o
vosso poder a todos os que hão-de vir” (Sl 71 [70], 5-18).
Com a sua própria presença, a pessoa idosa recorda a todos,
de maneira especial aos jovens, que a vida na terra é uma “curva”, com um
início e um fim. Para experimentar sua plenitude, ela nos exige a referência a
valores não efêmeros nem superficiais, mas sólidos e profundos.
Infelizmente, um elevado número de jovens do nosso tempo são
orientados para uma concepção da vida em que os valores éticos se tornam cada
vez mais superficiais, dominados como são por um hedonismo imperante. O que
mais preocupa é o fato de que as famílias se desagregam à medida em que os
esposos atingem a idade madura, quando teriam maior necessidade de amor, de
assistência e de compreensão recíproca.
Os idosos que receberam uma educação moral sadia deveriam
demonstrar, mediante a sua vida e o próprio comportamento no trabalho, a beleza
de uma sólida vida moral. Deveriam manifestar aos jovens a profunda força da
fé, que nos foi transmitida pelos nossos mártires, e a beleza da fidelidade às
leis divinas da moral conjugal.
Teremos nós os olhos e os ouvidos abertos para reconhecer um
mistério tão excelso? Peçamos a Sant’Ana e a São Joaquim não só para ver e
ouvir a mensagem de Deus, mas, inclusive, para participar dela com amor pelas
pessoas com as quais nos encontrarmos, no Seu amor, em particular transmitindo
luz e esperança a todas as nossas famílias. Confiemos, de maneira especial a
Sant’Ana, as mães, sobretudo as que são impedidas na defesa da vida nascente ou
que encontram dificuldades para criar e educar os seus filhos.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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