Evangelho (Mateus 11,25-27)
Quarta-Feira, 18 de Julho de 2012
15ª Semana Comum
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
25Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e
entendidos e as revelaste aos pequeninos. 26Sim, Pai, porque assim foi do teu
agrado. 27Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o
Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser
revelar”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Como fazemos uma
experiência íntima e profunda com Deus?
julho 18th, 2012
Após o “discurso da missão” e o envio dos discípulos ao
mundo para continuar a obra salvífica de Jesus, Mateus coloca, no seu
Evangelho, uma seção sobre as reações e as atitudes que várias pessoas e grupos
tomaram frente a Jesus e à Sua proposta de “Reino”.
Nos versículos anteriores ao texto que hoje nos é proposto,
Jesus havia dirigido uma veemente crítica aos habitantes de algumas cidades
situadas à volta do lago de Tiberíades, porque foram testemunhas da Sua
proposta de salvação, mas se mantiveram indiferentes. Estavam demasiado cheios
de si próprios, instalados nas suas certezas, calcificados nos seus
preconceitos e não aceitavam se questionar, a fim de abrir o coração à novidade
de Deus.
Agora, Jesus se manifesta convicto de que essa proposta,
rejeitada pelos habitantes das cidades do lago, encontrará acolhimento entre os
pobres e marginalizados, desiludidos com a religião “oficial” e que anseiam
pela salvação que Deus tem para lhes oferecer.
Hoje, estamos diante de duas “sentenças” que, provavelmente,
foram pronunciadas em ambientes diversos deste que Mateus nos apresenta.
A primeira sentença é uma oração de louvor que Jesus dirige
ao Pai, porque Ele escondeu estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelou
aos pequeninos. Os “sábios e inteligentes” são, certamente, esses “fariseus” e
“doutores da Lei”, que absolutizavam a Lei, que se consideravam justos e dignos
de salvação, porque cumpriam escrupulosamente a Lei, que não estavam dispostos
a deixar pôr em causa esse sistema religioso em que se tinham instalado e que –
na sua perspectiva – lhes garantia automaticamente a salvação.
Os “pequeninos” são os discípulos, os primeiros a responder
positivamente à oferta do “Reino”; e são também esses pobres e marginalizados,
ou seja, os doentes, os publicanos, as mulheres de má vida, o “povo da terra”
que Jesus encontrava, todos os dias, pelos caminhos da Galileia, considerados
malditos pela Lei, mas que acolhiam, com alegria e entusiasmo, a proposta
transformadora de Jesus.
A segunda sentença relaciona-se com a anterior e explica o
que é que foi escondido aos “sábios e inteligentes” e revelado aos
“pequeninos”. Trata-se, duma “experiência profunda e íntima” de Deus. Os
“sábios e inteligentes” estavam convencidos de que o conhecimento da Lei lhes
dava o conhecimento de Deus. A Lei era uma espécie de “linha direta” para Deus,
por meio da qual eles ficavam a conhecer o Senhor, a Sua vontade, os Seus
projetos para o mundo e para os homens; por isso, apresentavam-se como
detentores da verdade, representantes legítimos de Deus, capazes de interpretar
a vontade e os planos divinos.
Jesus deixa claro que quem quiser fazer uma experiência
profunda e íntima de Deus tem de aceitá-Lo e segui-Lo. Ele é “o Filho” e só Ele
tem uma experiência profunda de intimidade e de comunhão com o Pai. Quem
rejeitar Jesus não poderá conhecer o Pai. Quando muito, encontrará imagens
distorcidas de Deus e, depois, julgará o mundo e os homens. Mas quem aceitar
Jesus e O seguir, aprenderá a viver em comunhão com o Senhor, na obediência
total aos Seus projetos e na aceitação incondicional dos Seus planos.
Na verdade, os critérios de Deus são bem estranhos, vistos
“aqui de baixo”, com as lentes do mundo. Nós, homens, admiramos e incensamos os
sábios, os inteligentes, os intelectuais, os ricos, os poderosos, os bonitos e
queremos que sejam eles a dirigir o mundo, a fazer as leis que nos governam, a
ditar a moda ou as idéias, a definir o que é correto ou não o é. Mas Deus diz
que as coisas essenciais são muito mais depressa percebidas pelo “pequeninos”.
São eles que estão sempre disponíveis para acolher o Senhor e aos Seus valores
e para arriscar-se nos desafios do Reino.
Quantas vezes os pobres, os pequenos, os humildes são
ridicularizados, tratados como incapazes pelos nossos “iluminados” fazedores de
opinião, que tudo sabem e que procuram impor ao mundo e aos outros as suas
visões pessoais e os seus pseudovalores. A Palavra de Deus ensina: a sabedoria
e a inteligência não garantem a posse da verdade; o que a garante é ter um
coração aberto a Deus e às Suas propostas.
Como chegamos a Deus? Como percebemos o Seu “rosto”? Como
fazemos uma experiência íntima e profunda com Ele? Por meio da Filosofia? Em um
discurso racional coerente? É passando todo o tempo disponível na igreja,
mudando as toalhas dos altares? O Evangelho responde: “conhecemos” Deus por
meio de Jesus.
Jesus é o Filho que conhece o Pai; só quem O segue e procura
viver como Ele pode chegar à comunhão com Deus. Há católicos que, por serem
padres como eu, por terem feito catequese, por irem à Missa aos domingos e
fazer parte do conselho pastoral da paróquia, acham que conhecem Deus. Atenção:
só “conhece” o Senhor quem é simples e humilde, e está disposto a seguir Jesus
no caminho da entrega ao Pai e da doação da vida aos homens. É no seguimento de
Jesus – e só aí – que nos tornamos filhos de Deus.
Pai, que a arrogância dos sábios e doutos jamais contamine
meu coração. Fazendo-me pequenino, que eu esteja em condições de acolher a Sua
revelação na pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
ÁLVARO,
ResponderExcluirDEDUZ-SE CLARAMENTE QUE DEUS AMA OS SÁBIOS E ENTENDIDOS, OS POBRES E PEQUENINOS... PORÉM, A SUA PREFERÊNCIA É PELOS ÚLTIMOS. SOMENTE OS POBRES EM ESPÍRITO, OS DESAPEGADOS E EXVAZIADOS, PODEM ENTENDER O SENTIDO DO REINO.
ALMacêdo
Obrigado pelo comentário amigo Antonio Luiz Macêdo. Ele nos engrandece no entendimento. Conto com você para levarmos esta missão de divulgar o Evangelho sempre mais longe... É importante! Se faz preciso que o povo católicos, principalmente, conheça e entenda a Palavra... Que Deus te abençoe!
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