Liturgia Diária
25 – QUINTA-FEIRA
NATAL DO SENHOR
“Liturgia da Palavra, Evangelho do dia e reflexões espirituais profundas para fortalecer a fé e a vida diária, usando a Biblia Sacra juxta Vulgatam Clementinam”
Vulgata Clementina (latim)
Parvulus enim natus est nobis, et filius datus est nobis; et factus est principatus super umerum eius: et vocabitur nomen eius Admirabilis Consiliarius, Deus fortis, Pater futuri sæculi, Princeps pacis.
Porque para nós nasceu um menino, e para nós foi dado um filho; e o governo repousará sobre o seu ombro; e o seu nome será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai do século futuro, Príncipe da paz. (Is 9,5)
Nasce um menino, e com ele se revela a ordem que sustenta o mundo. Em sua presença, a luz se manifesta, não apenas como brilho exterior, mas como princípio que ilumina a razão e fortalece a virtude. Cada ser é chamado a reconhecer a lei que governa o cosmos e a harmonizar-se com ela, encontrando na prudência, na coragem e na serenidade o caminho da verdadeira liberdade. A esperança não é mera expectativa, mas a compreensão de que a vida, guiada pela razão e pela virtude, cumpre a promessa de um equilíbrio eterno.
Evangelium secundum Ioannem 1,1‑14 — In principio erat Verbum
1 In principio erat Verbum, et Verbum erat apud Deum, et Deus erat Verbum
no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e Deus era o Verbo
2 Hoc erat in principio apud Deum
e este estava no princípio junto de Deus
3 Omnia per ipsum facta sunt et sine ipso factum est nihil quod factum est
todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez
4 In ipso vita erat et vita erat lux hominum
nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens
5 Et lux in tenebris lucet et tenebrae eam non comprehenderunt
e a luz brilha nas trevas, e as trevas não a compreenderam
6 Fuit homo missus a Deo cui nomen erat Joannes
houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João
7 Hic venit in testimonium ut testimonium perhiberet de lumine ut omnes crederent per illum
este veio para testemunhar, para dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele
8 Non erat ille lux sed ut testimonium perhiberet de lumine
ele não era a luz, mas veio para testemunhar a respeito da luz
9 Erat lux vera quae illuminat omnem hominem venientem in hunc mundum
era a luz verdadeira, que ilumina todo homem que vem a este mundo
10 In mundo erat et mundus per ipsum factus est et mundus eum non cognovit
estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dele, e o mundo não o conheceu
11 In propria venit et sui eum non receperunt
veio para o que lhe era próprio, e os seus não o receberam
12 Quotquot autem receperunt eum dedit eis potestatem filios Dei fieri his qui credunt in nomine ejus
mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, aos que creem no seu nome
13 Qui non ex sanguinibus neque ex voluntate carnis neque ex voluntate viri sed ex Deo nati sunt
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus
14 Et Verbum caro factum est et habitavit in nobis et vidimus gloriam eius gloriam quasi unigeniti a Patre plenum gratiae et veritatis
e o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade
Verbum Domini
Reflexão
O Verbo que estava no princípio aponta à essência que precede a forma e sustenta o contínuo. A vida como luz convida à clareza de julgamento e à autodisciplina que emerge pela razão, iluminando a ação individual no mundo. O reconhecimento do que é verdadeiro exige autonomia de pensamento frente às sombras da ignorância. Receber o Verbo é reconhecer uma ordem interna que promove a responsabilidade e a dignidade de cada ser. A encarnação do princípio universal lembra que a coerência entre propósito e ação é vital para uma existência íntegra, na qual a verdade e a luz guiam escolhas e destinos comuns.
Versículo mais imporrante:
In principio erat Verbum, et Verbum erat apud Deum, et Deus erat Verbum
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e Deus era o Verbo (Jo 1,1)
HOMILIA
A Luz que Habita entre Nós
A dignidade nasce da percepção da própria essência e da harmonia com o princípio que sustenta a vida.
No princípio estava o Verbo e o Verbo estava com Deus e Deus era o Verbo. Nesta palavra eterna reside a fonte da ordem e da harmonia que sustenta o cosmos e cada vida. A luz que ilumina os corações humanos não impõe nem subjuga, mas desperta a consciência para a liberdade e a responsabilidade de cada ser. Receber esta luz é reconhecer a dignidade própria e alheia e cultivar a paz no íntimo e no lar.
O Verbo se fez carne e habitou entre nós revelando que a plenitude da existência se manifesta na união do espírito com a vida cotidiana. Cada gesto de amor, cada cuidado familiar, cada esforço pela verdade e pelo crescimento pessoal reflete a presença desta luz que não se extingue. Vivemos chamados a evoluir interiormente, integrando sabedoria, coragem e discernimento, construindo sociedades pequenas e grandes onde a liberdade se exprime com responsabilidade e o respeito pela dignidade de todos é absoluto.
Nesta luz encontramos a certeza de que a vida tem sentido pleno quando a verdade se encarna nas ações e o espírito se eleva na harmonia da criação. Que a consciência desperta guie nossos passos, que a esperança firme ilumine nossos lares e que a liberdade digna floresça em cada coração humano.
EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA
No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e Deus era o Verbo Jo 1,1
A eternidade do Verbo
O versículo revela a existência do Verbo antes do tempo e da criação, indicando que toda realidade encontra sua origem naquilo que transcende a temporalidade. O Verbo não é uma entidade secundária, mas a expressão plena do princípio divino, fonte de toda ordem e sentido. Esta presença eterna sustenta o cosmos e cada existência, mostrando que a vida é participação naquilo que é perfeito e imutável.
A relação íntima com Deus
O Verbo está junto a Deus, revelando uma comunhão absoluta e inseparável. Esta proximidade indica que toda manifestação de luz e verdade no mundo é reflexo desta união primordial. Compreender o Verbo é reconhecer a harmonia que governa o universo e a unidade essencial de todas as coisas.
A encarnação da palavra
Mais adiante, o Verbo se faz carne e habita entre nós, mostrando que o princípio eterno se comunica com a experiência humana. Esta manifestação torna visível a sabedoria divina e convida cada ser a reconhecer a própria dignidade e a potencialidade de evolução interior. Receber o Verbo é acolher a luz que guia a razão, a vontade e o coração na busca da plenitude da existência.
A luz que ilumina a consciência
O Verbo como luz transcende as trevas da ignorância e da confusão. Esta luz não impõe, mas revela, permitindo que cada ser descubra sua própria ordem interna, sua capacidade de discernimento e a responsabilidade sobre o próprio caminho. A vida se torna harmoniosa quando a consciência se abre a esta luz, integrando verdade e liberdade.
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