segunda-feira, 2 de abril de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 24,35-48 - 05.04.2018

Liturgia Diária

DIA 5 – QUINTA-FEIRA   
OITAVA DA PÁSCOA

(branco – ofício próprio)

O Deus dos nossos patriarcas glorificou o seu Filho. A fé no nome de Jesus restabelece a vida e a dignidade, convida à conversão e concede o perdão dos pecados.

Evangelho: Lucas 24,35-48

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas

– Naquele tempo, 35os discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36Ainda estavam falando quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. 40E, dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 44Depois, disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na lei de Moisés, nos profetas e nos salmos”. 45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras 46e lhes disse: “Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e, no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso”.

– Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br


Reflexão - Evangelho: Lucas 24,35-48
«A paz esteja convosco»

Rev. D. Joan Carles MONTSERRAT i Pulido
(Cerdanyola del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, Cristo ressuscitado saúda os discípulos, novamente, com o desejo da paz: «A paz esteja convosco» (Lc 24,36). Assim afasta os temores e pressentimentos que os Apóstolos acumularam durante os dias de paixão e de solidão.

Ele não é um fantasma, é totalmente real, mas, às vezes, o medo na nossa vida vai tomando corpo como se fosse a única realidade. Em ocasiões é a falta de fé e de vida interior o que vai mudando as coisas: o medo passa a ser a realidade e Cristo vai-se desbotando da nossa vida. Por outro lado, a presença de Cristo na vida do cristão afasta as dúvidas, ilumina a nossa existência, especialmente os recantos que nenhuma explicação humana pode esclarecer. São Gregório de Nazianzo exorta-nos: «Deveríamos envergonharmo-nos ao prescindir da saudação da paz, que o Senhor nos deixou quando ia sair do mundo. A paz é um nome e uma coisa saborosa, que sabemos provem de Deus, segundo diz o Apóstolo aos filipenses: “A paz de Deus”; e que é de Deus o mostra também quando diz aos efésios: “Ele é a nossa paz”».

A ressurreição de Cristo é o que dá sentido a todas as vicissitudes e sentimentos, o que nos ajuda a recuperar a calma e a serenarmos nas trevas da nossa vida. As outras pequenas luzes que encontramos na vida só têm sentido nesta Luz.

«Era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos». Então «ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras» (Lc 24, 44-45), como já o havia feito com os discípulos de Emaús. Também quer o Senhor abrir-nos a nós o sentido das Escrituras para a nossa vida; deseja transformar o nosso pobre coração num coração que seja também ardente, como o seu: com a explicação da Escritura e a fração do Pão, a Eucaristia. Por outras palavras: a tarefa do cristão é ir vendo como a sua história Ele a quer converter em história de salvação.

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JESUS ESTÁ PRESENTE Lc 24,35-48
HOMILIA

Depois de Jesus se ter aparecido a Maria Madalena e ter dado ordens para que os seus discípulos partam para a Galileia e depois do incidente do encontro de Jesus Ressuscitado com os dois discípulo na estrada de Emáus, aparece finalmente ao grupo reunido para lhes decepar as dúvidas e fortalecer-lhes a fé. Pois a comunidade estava vacilando na sua fé – as perseguições estão no horizonte, ou até acontecendo; o primeiro entusiasmo diminuiu, os membros estão cansados da caminhada e perdendo de vista a mensagem vitoriosa da Páscoa. Parece mais forte a morte do que a vida, a opressão do que a libertação, o pecado do que a graça. E, então Jesus aparece e lhes diz: A PAZ ESTEJA CONVOSCO.

Prova-lhes a Sua autêntica Ressurreição e lhes confirma na paz. Ele é a paz em plenitude, a paz da participação na vida eterna do Pai, para todos. E para que suas palavras não fiquem somente no ar, mostra-lhes as mãos, o peito e os pés rasgados. Vede minhas mãos e meus pés; porque eu mesmo sou! Apalpai-me e vede que um espírito carne e ossos não tem, como me vedes tendo. Estas palavras indicam que Jesus se apresentou como um homem normal com a mesmas características que tinha na vida mortal que os discípulos tão bem conheciam. Daí que podemos traduzir livremente por sou o mesmo que vocês conhecem, não é outra pessoa a que estais vendo. E em vista disso, anima-lhes a apalpar seu corpo e a ver mãos e pés que estavam com os sinais das chagas.

Se estas palavras têm algum sentido histórico, ele é o de manifestar que Jesus está vivo, que a morte não o venceu, que a vida do além pode ter momentos em que se parece com a vida anterior como se esta seguisse e aquela fosse uma continuação. Sobre o modo de pensar de alguns teólogos que dizem que a ressurreição é uma forma de vida só espiritual, vemos como Jesus se manifesta em corpo vivo e que não existe sentido em afirmar que só o espírito vive e o corpo como que se destrói e não alcança a nova vida.

Como diz o catecismo é impossível interpretar a ressurreição de Cristo fora da ordem física e não reconhecê-la como um fato histórico. Pois o corpo ressuscitado é o mesmo que foi martirizado e crucificado, ele traz as marcas de sua Paixão. Não constitui uma volta à vida terrestre como foi o caso de Lázaro, visto que seu corpo possui propriedades novas que o situam além do tempo e do espaço. Ele passa de um estado de morte para uma outra realidade. Ele participando da vida divina no estado de sua glória de modo que Paulo pode chamar a Cristo de o Homem Celeste. É por isso que Ele tem o poder de transmitir para você e eu a verdadeira Paz. Assim como ontem, Jesus continua dizendo: A PAZ ESTEJA CONVOSCO!

O convite a tocar e não só ver indica que o corpo presente diante deles tinha aspectos físicos ou que podiam se conformar às leis físicas, à vontade do ressuscitado. As feridas muito mais do que o rosto eram as marcas que determinavam em definitivo a realidade da pessoa na frente deles. Se faltar alguma prova para se certificar de que aquilo era real, comeu uma porção de peixe. Parece que o evangelista queria refutar toda dúvida possível. Mesmo assim existe muitos como Tomé é aqui evocado, não como apóstolo, mas como incrédulo. Por isso, podemos afirmar que existem muitos Tomé que não acreditam porque não têm visto.

Diante do escândalo da cruz que na época era muito maior do que nos dias de hoje, além da sua presença era necessário que Ele provasse ser tudo conforme às Escrituras. Os caminhos de Deus consistem, como afirmava Paulo, em mostrar sua sabedoria e fortaleza no que é loucura e fraqueza para os homens (1 Cor 1, 25). Daí que a maior esperança seja a de ouvir as Palavras e a presença do mestre novamente entre os discípulos, não, mas com um corpo humano, mas sim glorioso embora aparente um Jesus histórico que toque coma e entre dentro de uma experiência íntima com Ele. E diz: A PAZ ESTEJA CONVOSCO!

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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