quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 11,16-19 - 15.12.2017

6ª feira da 2ª Semana do Advento
15 de Dezembro de 2017

Cor: Roxo

Evangelho - Mt 11,16-19

Não ouvem nem a João nem ao Filho do Homem.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 11,16-19

Naquele tempo, disse Jesus às multidões:
l6Com quem vou comparar esta geração?
São como crianças sentadas nas praças,
que gritam para os colegas, dizendo:
17'Tocamos flauta e vós não dançastes.
Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!'
18Veio João, que não come nem bebe,
e dizem: 'Ele está com um demônio'.
19Veio o Filho do Homem, que come e bebe,
e dizem: 'É um comilão e beberrão,
amigo de cobradores de impostos e de pecadores'.
Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 11,16-19
«Com quem vou comparar esta geração?»

Hoje devêssemos remover-nos diante do suspiro do Senhor: «Com quem vou comparar esta geração?» (Mt 11,16). Jesus fica aturdido com nosso coração, muitas vezes inconformista e desagradecido. Nunca estamos contentos; sempre nos queixamos. Inclusive nos atrevemos a acusá-lo e a culpá-lo daquilo que nos incomoda.

«Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras» (Mt 11,19): basta contemplar o mistério do Natal. E nós?; Como é a nossa fé? Será que com essas queixas tratamos de encobrir a ausência de nossa resposta? Boa pergunta para o tempo do Advento!

Deus vem ao encontro do homem, mas o homem —particularmente o homem contemporâneo¬— se esconde Dele. Alguns lhe têm medo, como Herodes. Outros, incluso, lhes molesta sua simples presença. «Fora! Fora! Crucifica-o!» (Jo 19,15). Jesus é o Deus-que-vem» (Bento XVI) e nos parecemos “o homem-que-se-vai”: «Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram» (Jo 1,11).

Por que fugimos? Por nossa falta de humildade. São João Batista recomendava-nos “minguarmos”. E a Igreja nos o lembra cada vez que chega o Advento. Para tanto, façamos-nos pequenos para poder entender e acolher ao "Pequeno Deus". Ele se nos apresenta na humildade das fraldas: Nunca antes tinha predicado um “Deus-com-fraldas”! Ridícula imagem damos à vista de Deus quando os homens pretendemos encobrir-nos com desculpas e falsas justificações. Já nos alvores da humanidade Adão lançou as culpas a Eva; Eva à serpente e..., havendo transcorrido os séculos, continuamos igual.

Mas, chega Jesus-Deus: No frio e na pobreza extrema de Belém não vociferou nem nos reprochou nada. Tudo o contrário!: Já começa a carregar sob suas pequenas costas todas nossas culpas. Então, teremos-lhe medo?; De verdade valerão nossas desculpas diante esse “Pequeno-Deus"? «O sinal de Deus é o Menino: Aprendemos a viver com Ele e a praticar com Ele a humildade da renúncia» (Bento XVI).

«A sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras»

Hoje vemos que com muita frequência temos que assistir a enterros. Mas... poucas vezes pensamos no nosso próprio funeral. Vem a ser como uma jogada do subconsciente que subordina sine die a própria morte.

A mesma contemplação do ritmo da natureza que nos rodeia lembra-nos também esse fato. Deduzimos que — em certo modo—não estamos tão distantes de uma planta, de um ser vivo... estamos submetidos, tanto se nos agrada como se não, à mesma lei natural das criaturas que nos rodeiam. Com a diferença, importante, da origem da nossa vida, da vida a imagem e semelhança de Deus, com projeção de eternidade.

Todo o Advento está informado por esta ideia. O Senhor chega com grande esplendor a visitar o seu povo, com a paz, comunicando-lhe a vida eterna. É um toque de alerta: «A sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras» (Mt 11,19). Tenhamos uma atitude receptiva ante o Senhor!

«Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para ele» (Mc 1,3), anunciado no domingo II do Advento (ciclo B). Vigiai as condutas sociais! É o que nos vem a dizer hoje. É como se nos quisesse dizer: «não ponhais dificuldades à comunicação amorosa de Deus».

Temos de polir o nosso caráter. Temos de reconstruir nossa maneira de atuar. Tudo aquilo que, em definitiva, falseia nossa responsabilidade: o orgulho, a ambição, a vingança, a dureza de coração, etc. Aquelas atitudes que nos fazem deuses do poder no mundo, sem querer reconhecer que não somos os senhores do mundo. Somos uma pequena parte dentro da extensa história da Humanidade.

Os discípulos de João experimentavam a purificação dos seus erros. Nós, os discípulos de Jesus, nosso Amigo, podemos viver a insuperável experiência da purificação de todo aquilo que é pecado, com esperança de vida eterna: Outro Natal!

Renovemos nosso diálogo com Ele. Façamos nossa oração de esperança e amor, sem fazer caso do barulho mundano que nos rodeia.

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench 
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
+ Rev. D. Pere GRAU i Andreu 
(Les Planes, Barcelona, Espanha)

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A QUEM EI DE COMPARAR ESTA GERAÇÃO? Mt 11,16-19
HOMILIA

A quem ei de comparar esta geração?

Depois de Jesus ter exaltado a pessoa de João Batista, agora Ele se volta para a multidão e lhes dirige uma pequena e rústica parábola das crianças nas praças. O Senhor reconhecia em João Batista um profeta que abria novos caminhos em face da rígida e opressora religião do Templo de Jerusalém e das sinagogas. Jesus se fez discípulo de João, recebendo seu batismo e, depois, Ele próprio, inicia seu ministério com o mesmo anúncio do Batista: “Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. Na elementar parábola narrada por Jesus, um grupo de crianças tenta se comunicar com outro grupo, com brincadeiras de alegria ou tristeza, porém o outro grupo os rejeita. Então, o próprio Jesus passa a explicá-la.

João Batista fez seu anúncio da conversão, de maneira austera, nas regiões desérticas do Jordão, e foi acusado de “ter um demônio”. Jesus, por sua vez, anunciando a chegada do Reino dos Céus de maneira simples e comum, no meio do povo, comendo com os pecadores e publicanos, é chamado de “comilão e beberrão”. Os chefes religiosos, que vêem em João e em Jesus uma ameaça ao seu poder, procuram difamá-los diante do povo. Porém, o povo, excluído e oprimido, reconhece a sabedoria da mensagem de Jesus e a recebe com alegria e esperança.

Mas que gente difícil aquela, a quem Jesus fora enviado! Eles haviam recusado a sabedoria de Deus, que primeiro se apresentara no ascetismo de João e depois a condescendência de Jesus para com os pecadores e excluídos do seu tempo. Corremos o risco de dizer isto para os do tempo de Jesus. Não será que Jesus nos está dirigindo também a mesmíssima mensagem?

Vivemos tempos muito fortes em críticas, muitas vezes, infundadas; sem pés nem cabeça. E, como ontem, Jesus continua insistentemente dizendo: “Com quem vou comparar esta geração?” Ele se apresentou aos homens com uma nova mensagem: mensagem do amor, da paz, da justiça, da partilha, da solidariedade, da reconciliação e, sobretudo da misericórdia. Mas não foi compreendido e acolhido.

Só os simples, os humildes, os disponíveis, os amigos da verdade a Ele aderiram, reconhecendo n’Ele o ponto de chegada de toda a lei e os profetas. Os outros, principalmente os chefes do povo, puseram-se contra Ele e o rejeitaram. Todavia, por ser forte, soube compreender os fracos e os reerguer, dando-lhes uma nova dignidade de viver entre os irmãos. Se, enquanto fracos, condenavam os outros, agora, fortalecidos por Cristo e com Cristo, eles devem perdoar para que permaneçam sempre fortes. Já que os fracos condenam e os fortes perdoam.

Peçamos a Jesus que nos ensine a perdoar para sermos a geração dos fortes, a fim de suportarmos as fraquezas dos mais débeis como nos ensina São Paulo. E que São João da Cruz, cuja memória celebramos no dia de hoje, ajude-nos e interceda por nós para que saibamos suportar os sofrimentos e, neles, descubramos o mistério da cruz de Cristo, que é a fonte da nossa Salvação.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/



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