terça-feira, 19 de dezembro de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 1,46-56 - 22.12.2017

Últimos dias antes do Natal - 22 de dezembro do Advento
22 de Dezembro de 2017

Cor: Roxo

Evangelho - Lc 1,46-56

O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1,46-56

Naquele tempo:
46Maria disse:
'A minha alma engrandece o Senhor,
47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
48porque olhou para a humildade de sua serva.
Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada,
49porque o Todo-poderoso
fez grandes coisas em meu favor.
O seu nome é santo,
50e sua misericórdia se estende, de geração em geração,
a todos os que o temem.
51Ele mostrou a força de seu braço:
dispersou os soberbos de coração.
52Derrubou do trono os poderosos
e elevou os humildes.
53Encheu de bens os famintos,
e despediu os ricos de mãos vazias.
54Socorreu Israel, seu servo,
lembrando-se de sua misericórdia,
55conforme prometera aos nossos pais,
em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.'
56Maria ficou três meses com Isabel;
depois voltou para casa.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão -  Lc 1,46-56
«A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador»

Hoje, o Evangelho da Missa apresenta à nossa consideração o Magnificat, que Maria entoou, repleta de alegria, em casa da sua parente Isabel, mãe de João Batista. As palavras de Maria trazem-nos reminiscências de outros cânticos bíblicos, que Ela bem conhecia e tinha recitado e contemplado em tantas ocasiões. Porém, agora aquelas mesmas palavras têm, nos seus lábios, um sentido muito mais profundo: o espírito da Mãe de Deus transparece nelas e elas mostram-nos a pureza do seu coração. A Igreja fá-las suas, todos os dias, na Liturgia das Horas quando, ao rezar Vésperas, dirige ao céu aquele mesmo canto com que Maria se alegrava, bendizia e dava graças a Deus por toda a Sua magnanimidade.

Maria obteve a graça mais extraordinária que nunca nenhuma outra mulher recebeu nem receberá: foi eleita por Deus, entre todas as mulheres da História, para ser a Mãe daquele Messias Redentor que a Humanidade esperava há séculos. É a mais elevada honra jamais concedida a um ser humano, e Ela recebe-a com total singeleza e humildade, dando-se conta de que tudo é graça, dádiva, e que Ela nada é perante a imensidão do poder e da grandeza de Deus, que Nela fez coisas grandiosas (Lc 1,49). Uma grande lição de humildade para todos nós, filhos de Adão e herdeiros de uma natureza humana profundamente marcada por aquele pecado original, cujas conseqüências arrastamos, dia após dia.

Estamos já a chegar ao fim do tempo do Advento, tempo de conversão e de purificação. Hoje é Maria quem nos ensina o melhor caminho. Meditar a oração da nossa Mãe – querendo fazê-la nossa – nos ajudará a ser mais humildes. Santa Maria nos ajudará, se o pedimos com confiança.
Rev. D. Francesc PERARNAU i Cañellas 
(Girona, Espanha)
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors


MAGNIFICAT ANIMA MEA Lc 1,46-56
HOMILIA

“Exulta, ó minh’alma, no Senhor teu Deus, porque o Todo Poderoso fez em ti maravilhas. Santo é o Seu nome”. Este cântico do Magnificat é a celebração jubilosa e o resumo de toda a história da Salvação, na qual Maria é retomada em todas as etapas desde as origens. Essa história é conduzida por Deus sem interrupção e como o critério do amor misericordioso, à exaltação dos humildes e dos pobres.

Na narrativa do evangelista Lucas, por ocasião da visitação de Maria a sua prima Isabel, após a saudação da jovem, Isabel a proclama bendita e bem-aventurada. Concluindo o diálogo, Maria entoa o cântico de ação de graças, consagrado na tradição católica como o “Magnificat”. Este hino, bem como o cântico de Zacarias (“Benedictus”) e o de Simeão (“Nunc Dimitis”) foram colhidos por Lucas dentre a tradição das comunidades cristãs e inseridos na sua narrativa das infâncias de João Batista e de Jesus.

Apenas as pessoas sabem ser humildes e simples, por isso, as puras de coração são tocadas pela virtude da gratidão e, conseqüentemente, louvam e glorificam Deus como o fez Maria.

É uma coisa grandiosa quando um homem põe-se de joelhos diante de Deus. E aquele que fica de joelho encontra o seu verdadeiro lugar, dá o sentido da proporção e da medida, afirma que nada é e que Deus é tudo.

É pura verdade e justiça a sua misericórdia sobre aqueles que o temem. A lei da graça que se realiza em Maria se torna universal. Com o seu “sim” e neste canto de louvor, ela nos ensina que Deus realiza a sua graça quando o homem se convence da necessidade que tem dela. Só quem é cônscio de sua pobreza alcançará a riqueza que só produz. A graça não escolhe pessoas orgulhosas e soberbas, mas os humildes; não os poderosos, mas os fracos; não os saciados, mas os famintos.

O cântico de Maria é uma apresentação do Deus revelado por Jesus ao longo do Evangelho de Lucas. É o Deus que subverte as sociedades e as religiões estruturadas sobre o poder. É o Senhor que liberta e promove os pobres e oprimidos, derruba os poderosos e distribui os bens da criação para todos. A fé de Maria é uma fé humilde, consciente e comprometida com a causa dos pobres.

Quem confia sabe esperar, mas quem tende à auto-suficiência não é capaz de entender o que isso significa. A conversão exige que mudemos nossos pensamentos e percebamos a presença de Deus no mundo. Oxalá, sejamos como Maria que, compreendendo o tempo de Deus, cantou o Magnificat na casa de Isabel.
Fonte http://homilia.cancaonova.com

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