sexta-feira, 21 de julho de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 13,10-17 - 27.07.2017

5ª-feira da 16ª Semana do Tempo Comum
27 de Julho de 2017
Cor: Verde

Evangelho - Mt 13,10-17

A vós foi dado o conhecimento
dos mistérios do Reino dos Céus.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 13,10-17
Naquele tempo:
10Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus:
'Por que tu falas ao povo em parábolas?'
11Jesus respondeu:
'Porque a vós foi dado o conhecimento
dos mistérios do Reino dos Céus,
mas a eles não é dado.
12Pois à pessoa que tem,
será dado ainda mais, e terá em abundância;
mas à pessoa que não tem,
será tirado até o pouco que tem.
13É por isso que eu lhes falo em parábolas:
porque olhando, eles não vêem,
e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem.
14Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías:
'Havereis de ouvir, sem nada entender.
Havereis de olhar, sem nada ver.
15Porque o coração deste povo se tornou insensível.
Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos,
para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos,
nem compreender com o coração,
de modo que se convertam e eu os cure'.
16Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem
e vossos ouvidos ouvem.
17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos
desejaram ver o que vedes, e não viram,
desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 13,10-17
«Felizes são vossos olhos, porque veem, e vossos ouvidos, porque ouvem!»

Hoje, recordamos a louvação dirigida por Jesus aos que se agrupavam junto a Ele: «ditosos vossos olhos, porque vêem, e vossos ouvidos porque ouvem!» (Mt 13,16). E nos perguntamos: As palavras de Jesus vão dirigidas também a nós, ou são somente para aqueles que o viram e o escutaram diretamente? Parece que os ditosos são eles, pois tiveram a sorte de conviver com Jesus, de permanecer física e sensivelmente ao seu lado. Enquanto que nós estaríamos entre os justos e profetas sem sermos justos, nem profetas!— que gostaríamos de ver e ouvir.

Não esqueçamos, porém, que o Senhor se refere aos justos e profetas anteriores à sua vinda, a sua revelação: «Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram» (Mt 13,17). Ele chega à plenitude dos tempos, e nós estamos nessa plenitude, já estamos no tempo de Cristo, no tempo da salvação. Em verdade que não vimos Jesus com nossos olhos, mas sim o conhecemos e o conheceremos. E não escutamos a sua voz com nossos ouvidos, mas sim escutamos e escutaremos suas palavras. O conhecimento que a fé nos dá, mesmo que não seja sensível, é um autentico conhecimento, nos põe em contato com a verdade, por isso nos dá felicidade e alegria.

Agradecemos nossa fé cristã, estejamos contentes por ela. Tentaremos que o trato com Jesus seja próximo e não distante tal como o tratava aqueles discípulos que estavam junto a Ele, que o viram e ouviram. Não vejamos Jesus indo do presente ao passado, e sim do presente ao presente, estejamos realmente no seu tempo, um tempo que não acaba. A oração falar com Deus e a Eucaristia receber nos garante esta proximidade com ele e nos faz realmente ditosos ao ver-lo com olhos e ouvidos de fé. «Recebe, pois, a imagem de Deus que perdeste por tuas más obras» (Santo Agostinho).
Rev. D. Manel MALLOL Pratginestós 
(Terrassa, Barcelona, Espanha)

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A LINGUAGEM DAS PARÁBOLAS Mt 13,10-17
HOMILIA

Uma das características fundamentais do Mestre é ter e compreender os alvos do seu ministério de ensino. Jesus, o Mestre dos mestres, tinha esta compreensão e sabia que tinha de fazer o Pai conhecido dos homens. Era necessário que se desse atenção especial aos alunos e para que o aluno fosse o elemento mais importante, Jesus tinha que se fazer entendido e compreendido por eles e isto só seria possível se descesse ao nível do aluno, ou seja, se utilizasse um método a que o aluno estivesse acostumado e de elementos que permitissem que o aluno entendesse as verdades espirituais a respeito de Deus. Jesus tinha de usar as parábolas, pois era o método que, ao mesmo tempo, permitiria que todo o povo de Israel, que eram os seus potenciais alunos, pudesse ter real acesso ao conhecimento do Pai, seja pelo fato de que já estavam acostumados a este método de ensino, seja porque a linguagem empregada permitiria uma fácil compreensão de todos quantos quisessem aprender.

Jesus quer que o ensino da sua Palavra se faça de modo claro e acessível a todos os ouvintes, respeitando-se, pois, as condições culturais, educacionais e sociais dos ouvintes. Jesus ensinou por parábolas porque o povo de Israel não poderia ter qualquer desculpa com relação à rejeição do Messias. Ao ensinar por parábolas, Jesus ensinava usando de imagens que todos pudessem compreender. Jesus ensinou por parábolas para mostrar que só não compreende o Evangelho quem não quer. Suas simples palavras podiam ser perfeitamente compreendidas por ouvintes sinceros, e torná-los sábios para a salvação.

Ao ensinar por parábolas, Jesus foi claro, se fazia compreensível a todos, mas esta compreensão exigia, pelo uso do método das parábolas, uma disposição de aprendizado por parte dos ouvintes, uma vontade de um maior aprofundamento, tanto que somente os discípulos, depois de algumas parábolas, demonstravam interesse em aprender as coisas de Deus e, assim, chegavam a pedir ao Senhor que lhes explicasse a parábola de forma mais detalhada. Jesus, assim, tinha o objetivo de mostrar claramente quem tinha e quem não tinha interesse em conhecer o Pai, em outras palavras, quem, realmente, amava a Deus, a ponto de não ser mais chamado servo, mas amigo do Senhor (Jo.15:15).

Jesus se expressava por meio de parábolas, ou seja, estórias inventadas por Ele baseada no dia-a-dia daquele povo. Jesus, sendo Deus, poderia muito bem falar difícil, usando palavras sábias, mas o povo humilde, o camponês, os pastores e criadores de gado, não iriam entender quase nada, ou mesmo nada e, ao contrário, sentindo-se humilhados por aquela forma para eles arrogante de discursar, iriam virar às costas, e sair talvez reclamando, e não voltariam mais para ouvir Jesus. Também nós evangelizadores, por mais estudo que possamos ter, não convém que usemos palavras difíceis nos nossos discursos, mesmo por que o nosso público alvo são os humildes, e entre eles estão muitos que não tiveram como nós, a oportunidade de cursar uma faculdade. Jesus optou pelos pobres, assim também nós, não vamos ignorar os ricos, mas preparemos a nossa mensagem tendo em vista os mais simples da sociedade.

Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de ouvir e compreender a palavra de Teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do Reino escondido nas parábolas.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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