segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 10,1-9 - 26.01.2016 - A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.

São Timóteo e São Tito, bispos
Memória
Cor: Branco

Evangelho - Lc 10,1-9

A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 10,1-9

Naquele tempo:
1O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos
e os enviou dois a dois, na sua frente,
a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.
2E dizia-lhes:
"A messe é grande,
mas os trabalhadores são poucos.
Por isso, pedi ao dono da messe
que mande trabalhadores para a colheita.
3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
4Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias,
e não cumprimenteis ninguém pelo caminho!
5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro:
`A paz esteja nesta casa!'
6Se ali morar um amigo da paz,
a vossa paz repousará sobre ele;
se não, ela voltará para vós.
7Permanecei naquela mesma casa,
comei e bebei do que tiverem,
porque o trabalhador merece o seu salário.
Não passeis de casa em casa.
8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos,
comei do que vos servirem,
9curai os doentes que nela houver
e dizei ao povo:
`O Reino de Deus está próximo de vós'".
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 10, 1-9
O Evangelho de hoje, reconhecidamente vocacional, nos traz frases chaves, que são essenciais para que a nossa missão tenha êxito: “pedi ao dono da messe”, ou seja, a prática da oração; “eis que vos envio”, porque agimos em nome de Jesus e na sua obra; “não leveis bolsa...” porque os valores materiais não dão garantia do sucesso do trabalho evangelizador; “dizei primeiro: ‘a paz...’”, porque devemos ser anunciadores do Evangelho da paz; “permanecei”, pois se não há comunhão, não pode haver evangelização; “curai os doentes”, ou seja, entregue-se à prática libertadora para que haja vida em abundância; “e dizei ao povo”, para que a Palavra seja anunciada, mas o anúncio seja acompanhado da prática evangélica.
Fonte CNBB


A MINHA E A TUA MISSÃO... Lc 10,1-9
HOMILIA

Em Lucas 9,1-6 encontramos o envio dos doze apóstolos. Mas, estes, apesar de formarem o núcleo da jovem Igreja, não foram mandados como precursores de Jesus, já que não tinham ainda identificado como Messias aquele que os enviara como se pode ver em no versículo 20 do mesmo capítulo. Agora, Lucas narra que Jesus envia um novo grupo: o dos setenta e dois discípulos; estes, sim, são enviados “na frente” de Jesus. Sua missão específica é: Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: O Reino de Deus chegou até vocês. Portanto, são enviados como precursores, como preparadores da chegada do reino de Deus que eles anunciam na pessoa de Jesus.

Lucas nos apresenta 72 discípulos enviados. Este número é simbólico e indica a universalidade da missão. Todo o povo de Deus está chamado a se lançar na missão de anunciar a Boa do Reino. Esta missão, não é uma tarefa somente do papa, de bispos, sacerdotes e diáconos. Mas sim, uma obra de todos os batizados. Portanto, a missão é universal desde a sua origem e compreende todos.

As instruções para os dois grupos de missionários são praticamente as mesmas. O texto especifica que Jesus envia “dois a dois”, pois o anúncio do Evangelho não é uma tarefa pessoal, mas de uma comunidade. O fato de serem enviados pelos menos dois também quer mostrar a credibilidade do testemunho, além do fato do encorajamento que um pode dar ao outro no caso de desânimo diante das dificuldades.

Em seguida, Jesus, depois de ter falado em semente e em arado, fala agora de colheita. Esta é imensa, mas os trabalhadores disponíveis são poucos. E a situação é a mesma, ontem e hoje. É um trabalho gigantesco, e nunca haverá trabalhadores suficientes; só o Pai pode chamá-los e enviá-los, por isso, é necessário rezar a Ele, pedindo que chame mais pessoas. É justamente por causa da extensão da missão que Jesus chama mais este grupo de ajudantes, e, mesmo assim, são poucos diante da imensidão da missão que ele tem pela frente e da qual nos torna participantes.

Jesus faz o envio: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos”. É a imagem clássica da fraqueza diante da violência. A missão é uma obra difícil e perigosa. Aqueles que ele enviou devem cumprir fielmente o seu trabalho, mas não devem exigir demasiado de si mesmos nem entrar em pânico diante da grandeza da missão. Devem, sim, ter consciência que não será uma tarefa fácil e que nem sempre serão recebidos de braços abertos. Devem fazer sua parte com competência e perseverança, pois, em último caso, a responsabilidade é de Deus, e Ele não vai deixar cair em ruínas a sua messe, mandando trabalhadores necessários para isto.

A mensagem a ser levada é o dom da paz, no sentido mais completo, para as pessoas e às famílias, e, sobretudo, a mensagem de que é “o Reino de Deus está próximo de vós”. O reino de Deus é antes de tudo uma pessoa: Jesus. Quem o acolhe encontra a vida, a alegria, a missão de anunciá-lo. O gesto de bater, sacudir a poeira dos pés, era um gesto simbólico dos israelitas que, ao ingressar de novo no próprio país, depois de terem estado em terra pagã, não queriam ter nada em comum com o modo de vida dos pagãos. Libertar-se da poeira que se grudou aos pés enquanto estavam em território pagão significava ruptura total com aquele sistema de vida. Fazendo isso, os discípulos transferem toda responsabilidade pela rejeição da Palavra àqueles que os acolheram mal e rejeitaram o anúncio do evangelho. E a paz oferecida não se perde, mas volta a quem oferece.

O estilo da missão de Jesus e dos discípulos é o oposto daquele dos poderosos que o mundo de hoje idolatra. Não se baseia sobre a vontade de dominar, a arrogância ou a ambição, mas sobre a proposta humilde. Os enviados não devem levar nada de material, mas devem contar com a providência divina e com a hospitalidade fortemente praticada naquela época; eles devem ser respeitosos, atentos aos mais fracos; devem curar os doentes; devem fazê-lo gratuitamente sem buscar outras recompensas. O Evangelho de Jesus é uma mensagem de vida verdadeira para quem confia somente em Deus. A fé e a missão começam no coração e devem terminar nos lábios e nas ações. Não podemos deixar que o receio atrapalhe a nossa missão cristã de anunciar o Reino de Deus que está presente entre nós.
Fonte Canção Nova

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