sábado, 12 de janeiro de 2019

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho (Mc 1,14-20) - 14.01.2019

Liturgia Diária

DIA 14 – SEGUNDA-FEIRA   
1ª SEMANA COMUM

(verde – ofício do dia da 1ª semana do saltério)

Ergamos os nossos olhos para aquele que tem o céu como trono; a multidão dos anjos o adora, cantando a uma só voz: Eis aquele cujo poder é eterno.
Expressão definitiva do projeto de Deus para a humanidade, Jesus inicia sua vida pública proclamando a proximidade do Reino. O Senhor nos conceda a graça da conversão e nos faça seguidores de seu Filho.

Evangelho (Mc 1,14-20)

Convertei-vos e crede no evangelho, / pois o reino de Deus está chegando! (Mc 1,15) – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – 14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o evangelho de Deus e dizendo: 15“O tempo já se completou e o reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho!” 16E, passando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17Jesus lhes disse: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. 18E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. 19Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; 20e logo os chamou. Eles deixaram seu pai, Zebedeu, na barca com os empregados e partiram, seguindo Jesus. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho (Mc 1,14-20)
«Convertei-vos e crede na Boa Nova»

Rev. D. Joan COSTA i Bou 
(Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho nos convida à conversão. «Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho» (Mc 1,15). Converter-se, a que?; Melhor seria dizer, a quem? A Cristo! Assim o expressou: «Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim» (Mt 10,37).

Converter-se significa acolher agradecidos o dom da fé e fazê-lo operativo pela caridade. Converter-se quer dizer reconhecer a Cristo como único senhor e rei de nossos corações, dos que pode dispor. Converter-se implica descobrir Cristo em todos os acontecimentos da história humana, também da nossa pessoal, consciente de que Ele é a origem, o centro e o fim de toda história, e que por Ele tudo foi redimido e Nele alcança sua plenitude. Converter-se supõe viver de esperança, porque Ele venceu o pecado, o maligno e a morte, e a Eucaristia é a garantia. 

Converter-se comporta amar a Nosso Senhor por acima de tudo aqui na terra, com todo nosso coração, com toda nossa alma e com todas nossas forças. Converter-se pressupõe entregar-lhe nosso entendimento e nossa vontade, de tal maneira que nosso comportamento faça realidade o lema episcopal do Santo Papa, João Paulo II, Totus tuus, quer dizer, Todo teu, Deus meu; e todo é: tempo, qualidades, bens, ilusões, projetos, saúde, família, trabalho, descanso, tudo. Converter-se requer, então, amar a vontade de Deus em Cristo acima de tudo e gozar, agradecidos, de tudo o que acontece de parte de Deus, inclusive contradições, humilhações, doenças, e descobri-las como tesouros que nos permitem manifestar mais plenamente nosso amor a Deus: si Você o quer assim, eu também o quero!

Converter-se pede, assim, como os apóstolos Simão, André, Jaime e João, deixar «imediatamente as redes» e ir-se com Ele (cf. Mc 1,18), uma vez ouvida a sua voz. Converter-se é que Cristo seja tudo em nós.


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O CHAMAMENTO DOS DISCÍPULOS Mc 1,14-20
HOMILIA

João Batista foi preso por Herodes que, como os chefes religiosos de Israel, temia a popularidade de João e a contestação que fazia do sistema opressor sob o qual o povo vivia. Após a prisão, Jesus retorna à Galiléia, que é um território predominantemente gentílico. Alí, Jesus desenvolve seu ministério com o mesmo anúncio de João Batista: a proximidade do Reino e da conversão à justiça.

Marcos, bem como Mateus e Lucas, narram o chamado dos primeiros discípulos às margens do Mar da Galiléia. O Evangelho de João narra este chamado já na ocasião do Batismo de Jesus, quando alguns discípulos de João Batista se dispõem a seguir Jesus. O chamado, narrado em estilo sumário, na realidade se fez em um clima de diálogo e conhecimento mútuo. Assim como Jesus abandonou sua rotina de vida em Nazaré, também seus discípulos abandonam seu antigo sistema de vida, não para fugirem do mundo, mas para iniciarem uma nova prática social alternativa, de justiça e paz.

Segundo a narração de Marcos (1, 16-29) e de Mateus (4, 18-22), o cenário da vocação dos primeiros Apóstolos é o lago da Galileia. Jesus acabara de iniciar a pregação do Reino de Deus, quando o seu olhar se pousou sobre dois pares de irmãos:  Simão e André, Tiago e João. São pregadores, empenhados no seu trabalho quotidiano. Lançam as redes, consertam-nas. Mas outra pesca os aguarda. Jesus chama-os com decisão e eles seguem-nO imediatamente: agora serão “pescadores de homens” (cf. Mc 1, 17; Mt 4, 19). Lucas, ainda que siga a mesma tradição, faz uma narração mais elaborada (5, 1-11). Ele mostra o caminho de fé dos primeiros discípulos, esclarecendo que o convite para o seguimento lhes chega depois de terem ouvido a primeira pregação de Jesus e experimentam os primeiros sinais prodigiosos por ele realizados. Em particular, a pesca milagrosa constitui o contexto imediato e oferece o símbolo da missão de pescadores de homens, que lhes foi confiada. O destino destes “chamados”, de agora para o futuro, estará intimamente ligado ao de Jesus. O apóstolo é um enviado mas, ainda antes, um “perito” em Jesus.

Precisamente este é o aspecto realçado pelo evangelista João desde o primeiro encontro de Jesus com os futuros Apóstolos. Aqui o cenário é diferente. A presença dos futuros discípulos, provenientes também eles, como Jesus da Galileia para viver a experiência do batismo administrado por João, esclarece o seu mundo espiritual. Eram homens na expectativa do Reino de Deus, desejosos de conhecer o Messias, cuja vinda estava anunciada como iminente.

Para eles, é suficiente a orientação de João Batista que indica em Jesus o Cordeiro de Deus (cf. Jo 1, 36), para que surja neles o desejo de um encontro pessoal com o Mestre. As frases do diálogo de Jesus com os primeiros dois futuros Apóstolos são muito expressivas. À pergunta: “Que procurais?”, eles respondem com outra pergunta: “Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?”. A resposta de Jesus é um convite: “Vinde e vede” (cf. Jo 1, 38-39). Vinde para poder ver. A aventura dos Apóstolos começa assim, como um encontro de pessoas que se abrem reciprocamente. Começa para os discípulos um conhecimento directo do Mestre. Vêem onde mora e começam a conhecê-lo. De facto, eles não deverão ser anunciadores de uma ideia, mas testemunhas de uma pessoa. Antes de serem enviados a evangelizar, deverão “estar” com Jesus (cf. Mc 3, 14), estabelecendo com ele um relacionamento pessoal. Sobre esta base, a evangelização não será mais do que um anúncio daquilo que foi experimentado e um convite a entrar no mistério da comunhão com Cristo (cf. 1 Jo 13).

A quem serão enviados os Apóstolos? No Evangelho parece que Jesus limita a sua missão unicamente a Israel: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15, 24). De modo análogo parece que ele circunscreve a missão confiada aos Doze: “Jesus enviou estes Doze, depois de lhes ter dado as seguintes instruções: “Não sigais pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide, primeiramente, às ovelhas perdidas da casa de Israel”” (Mt 10, 5s.). Uma certa crítica moderna de inspiração racionalista tinha visto nestas expressões a falta de uma consciência universalista do Nazareno. Na realidade, elas devem ser compreendidas à luz da sua relação especial com Israel, comunidade da aliança, em continuidade com a história da salvação. Segundo a expectativa messiânica as promessas divinas, imediatamente dirigidas a Israel, ter-se-iam concretizado quando o próprio Deus, através do seu Eleito, reunisse o seu povo, como faz um pastor com o rebanho: “Eu virei em socorro das minhas ovelhas, para que elas não mais sejam saqueadas… Estabelecerei sobre elas um único pastor, que as apascentará, o meu servo David; será ele que as levará a pastar e lhes servirá de pastor. Eu, o Senhor, serei o seu Deus, e o meu servo David será um príncipe no meio delas” (Ez 34, 22-24). Jesus é o pastor escatológico, que reúne as ovelhas perdidas da casa de Israel e vai à procura delas, porque as conhece e ama (cf. Lc 15, 4-7 e Mt 18, 12-14; cf. também a figura do bom pastor em Jo 10, 11ss.). Através desta “reunião” o Reino de Deus é anunciado a todas as nações: “Manifestarei a minha glória entre as nações, e todas me verão executar a minha justiça e aplicar a minha mão sobre eles” (Ez 39, 21). E Jesus segue precisamente este caminho profético. O primeiro passo é a “reunião” do povo de Israel, para que assim todas as nações, chamadas a reunirem-se na comunhão com o Senhor, possam ver e crer.

Assim os Doze, chamados a participar na mesma missão de Jesus, cooperam com o Pastor dos últimos tempos, indo também eles, em primeiro lugar, até às ovelhas perdidas da casa de Israel, isto é, dirigindo-se ao povo da promessa, cuja reunião é o sinal de salvação para todos os povos, o início da universalização da Aliança. Longe de contradizer a abertura universalista da acção messiânica do Nazareno, a inicial limitação a Israel da sua missão e da dos Doze torna-se assim o seu sinal profético mais eficaz. Depois da paixão e da ressurreição de Cristo este sinal será esclarecido: o carácter universal da missão dos Apóstolos tornar-se-á mais explícito. Cristo enviará os Apóstolos “a todo o mundo” (Mc 16, 15), a “todas as nações” (Mt 28, 19); (Lc 24, 47), “até aos extremos confins da terra” (At 1, 8). E esta missão continua. Continua sempre o mandato do Senhor de reunir os povos na unidade do seu amor. Esta é a nossa esperança e este é também o nosso mandato: contribuir para esta universalidade, para esta verdadeira unidade na riqueza das culturas, em comunhão com o nosso verdadeiro Senhor Jesus Cristo.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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