sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 27.12.2016

São João, Apóstolo e Evangelista . Festa
27 de Dezembro de 2016
Cor: Branco

Evangelho - Jo 20,2-28

O outro discípulo correu mais depressa que Pedro,
e chegou primeiro ao túmulo.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,2-28

No primeiro dia da semana,
2Maria Madalena saiu correndo
e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo,
aquele que Jesus amava,
e lhes disse:
"Tiraram o Senhor do túmulo,
e não sabemos onde o colocaram".
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo
e foram ao túmulo.
4Os dois corriam juntos,
mas o outro discípulo
correu mais depressa que Pedro
e chegou primeiro ao túmulo.
5Olhando para dentro,
viu as faixas de linho no chão,
mas não entrou.
6Chegou também Simão Pedro,
que vinha correndo atrás,
e entrou no túmulo.
Viu as faixas de linho deitadas no chão
7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,
não posto com as faixas,
mas enrolado num lugar à parte.
8Então entrou também o outro discípulo,
que tinha chegado primeiro ao túmulo.
Ele viu, e acreditou.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 20,2-28
«Que vai ser este menino? De fato, a mão do Senhor estava com ele»

Hoje, na primeira leitura lemos: «Isto diz o Senhor: ‘Eis que estou enviando o meu mensageiro para preparar o caminho à minha frente’» (Mal 3,1). A profecia de Malaquias cumpre-se em João Batista. É um dos principais personagens da liturgia do Advento, que nos convida a prepararmo-nos com oração e penitência para a vinda do Senhor. Tal como reza a oração da coleta da missa de hoje: «Concede aos teus servos, que reconhecemos a proximidade do Nascimento de teu Filho, experimentar a misericórdia do Verbo que se dignou encarnar da Virgem Maria e habitar entre nós».

O nascimento de Precursor fala-nos da proximidade do Natal. O Senhor está próximo!; preparemo-nos! Questionado pelos sacerdotes vindos de Jerusalém sobre quem era, ele respondeu:«“Eu sou a voz de quem grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor! ’”» (Jo 1,23).

«Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo» (Ap 3,20), lê-se na antífona da comunhão. Devemos fazer exame e analisar como nos estamos preparando para receber a Jesus no dia de Natal: Deus quer nascer principalmente nos nossos corações.

A vida do Precursor ensina-nos as virtudes que necessitamos para receber com proveito a Jesus; fundamentalmente, a humildade de coração. Ele reconhece-se instrumento de Deus para cumprir a sua vocação, a sua missão. Como diz Santo Ambrósio: «Não te glories por te chamarem filho de Deus —reconheçamos a graça sem esquecer a nossa natureza—; não te envaideças se serviste bem, porque apenas cumpriste aquilo que tinhas a fazer. O sol faz o seu trabalho a lua obedece; os anjos cumprem a sua missão. O instrumento escolhido pelo Senhor para os gentios diz: ‘Eu não mereço o nome de apóstolo, pois eu persegui a Igreja de Deus’ (1Cor 15,9)».

Busquemos tão só a glória de Deus. A virtude da humildade nos disporá a preparar-nos devidamente para as festas que se aproximam.
Rev. D. Miquel MASATS i Roca 
(Girona, Espanha)
© evangeli.net M&M Euroeditors 


Tempo do Natal - 3º dia da Oitava do Natal > Festa de S. João
HOMILIA

S. João é uma figura de fundamental importância na Igreja primitiva. De facto, é o discípulo amado que ensina a contemplar em Jesus, o Filho de Deus feito homem, para nos revelar o rosto do Pai e o caminho que leva à comunhão com Ele. Por esta razão, João é chamado teólogo. Os seus escritos levam a acreditar em Jesus Messias e Filho de Deus (cf. Jo 20, 31). O seu símbolo é a águia porque, como refere uma sentença rabínica, a águia é a única ave que consegue fixar o sol sem cegar. Para João, o sol é Cristo. A sua presença na comunidade descobre-se pela contemplação e pela inteligência da Palavra de vida. A vida, na sua realidade mais profunda, é «a Vida eterna que estava junto do Pai e que se manifestou a nós». Jamais contemplaremos suficientemente este mistério de vida que se tornou perceptível para nós em Jesus, Filho de Deus, a vida eterna que estava junto do PaiO

S. João faz-nos compreender quanta profundidade se encontra na pessoa do Filho, na sua união com o Pai, na sua comunhão com Eleffi Incarnação tem por objectivo tornar-nos participantes nessa comunhão divina: estamos «em comunhão com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo». A Incarnação aconteceu em vista da comunhão. Isto é espantoso. A carne é causa de divisão! Por causa dela, estamos num lugar e não noutro. Podemos chegar até às pessoas queridas pelo pensamento. Mas a carne impede-nos estar em comunhão com elas. E quantas discussões, litígios e divisões por causa dos bens materiais! O Filho de Deus, ao assumir a nossa carne, tornou-a meio de comunhão. Tudo o que assumiu se tornou instrumento de comunhão com Deus e entre nós. Na Eucaristia, onde a carne de Cristo se põe ao serviço da comunhão, fazemos a comunhão, isto é, recebemos a comunhão com o Pai e a comunhão entre nós. Para isso, Cristo teve de sacrificar a sua carne, teve de entregá-Ia aos inimigos, para fazer dela um sacrifício agradável, um sacrifício perfeito. Então, a vida mostrou toda a sua força.

O evangelho de hoje leva-nos até à Páscoa, mostra-nos a meta alcançada: a vida venceu a morte e manifestou-se. O que João viu foi esta vitória da vida, manifestada no sepulcro pelas ligaduras, pelo sudário. O corpo de Cristo já não está no sepulcro, porque a vida triunfou. Mas Jesus incarnado está sempre connosco, porque a vitória sobre a morte foi alcançada para nós.

Uma outra lição que podemos tirar do evangelho de hoje é o respeito pelos carismas, que são muitos na Igreja, para bem da mesma Igreja. João, que tem o carisma da profecia, é respeitado Pedro, que tem o carisma da instituição. O respeito pelos carismas, e a partilha na busca comum dos dons do Espírito, permite-nos penetrar no mistério, reconhecer os sinais do Ressuscitado.

Com S. João, também nós somos chamados a "conhecer", isto é, fazer experiência de vida e a "crer", isto é, a aderir com todo o coração e com toda a nossa pessoa, "ao amor que Deus nos tem"? (1 Jo 4, 16), amor manifestado no Verbo Incarnado. Esse inefável "amor que Deus nos tem ... !", de que João é «doutor», no dizer do Pe. Dehon, é o grande mistério para todo o cristão e, em particular, para todo o oblato-SCJ.

É este mistério que queremos proclamar diante da Eucaristia, diante do Crucificado de Lado aberto, diante da nossa vocação de Oblatos-Sacerdotes do Coração de Jesus.
Fonte http://www.dehonianos.org/

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