Evangelho (João 6,52-59)
Sexta-Feira, 19 de Abril de 2013
3ª Semana da Páscoa
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 52os judeus discutiam entre si, dizendo:
“Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” 53Então Jesus disse: “Em
verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não
beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e
bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque
a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o
Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come
viverá por causa de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele
que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para
sempre”. 59Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Quem não como Jesus não
vive
O ponto central da Santa Missa é a consagração do pão e do vinho.
Nesse momento há uma transubstanciação. O pão se torna o Carne e o vinho se
torna o Sangue de Jesus Cristo.
O texto de hoje nos diz que estamos chegando quase ao fim do
Discurso do Pão da Vida.
E é aqui onde começa a parte mais polêmica. Porque os judeus
se fecham ontem e hoje infelizmente ainda muitos dos nossos irmãos e irmãs
começam a questionar as afirmações de Jesus. Não aceitam esse ensinamento de
Jesus: Tomai e comei, isso é o meu corpo que será entregue por vós. Tomai e
bebei, isso é o meu sangue que será derramado por vós e por muitos.
Carne e sangue: expressão da vida e da doação total. Os
judeus reagem: Como esse homem pode dar-nos 0a sua carne para comer?
Talvez por ser perto da festa da Páscoa e porque dentro de
poucos dias, todos iam comer a carne do cordeiro pascal na celebração da noite
de páscoa. Eles não entenderam as palavras de Jesus, porque tomaram tudo ao pé
da letra. E hoje não existem irmãos assim? Sei que não é o seu caso. Mas se
for, reconheça e saiba que Jesus não diminui as exigências, não retira nada do
que disse, e insiste: Eu garanto a vocês: se vocês não comem a carne do Filho
do Homem e não bebem o seu sangue, não terão a vida em vocês. Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último
dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira
bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu vivo nele.
Comer a carne de Jesus significa aceitar Jesus como o novo
Cordeiro Pascal, cujo sangue nos liberta da escravidão. A lei do Antigo
Testamento, por respeito à vida, proibia comer sangue (Dt 12,16.23; At 15.29).
Sangue era o sinal da vida.
Beber o sangue de Jesus significa assimilar a mesma maneira
de viver que marcou a vida de Jesus. O que traz vida não é celebrar o maná do
passado, mas sim comer este novo pão que é Jesus, a sua carne e o seu sangue.
Participando da Ceia Eucarística, assimilamos a sua vida, a
sua doação e entrega. Se vocês não comem a carne do Filho do Homem e não bebem
o seu sangue não terão vida em vocês. Devem aceitar Jesus como messias
crucificado, cujo sangue vai ser derramado.
Quem me receber como alimento viverá por mim. As últimas
frases do Discurso do Pão da Vida são de grande profundidade e tentam resumir
tudo que foi dito. Elas evocam a dimensão mística que envolve a participação na
eucaristia. Expressam o que Paulo diz na carta aos Gálatas: Vivo, mas já não
sou eu que vivo. É Cristo que vive em mim (Gl 2,20).
E o que diz o Apocalipse de João: Se alguém ouvir minha voz
e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, ele comigo (Ap 3,20). E
o próprio João no Evangelho: Se alguém me ama guardará minha palavra e o meu
Pai o amará e a ele viremos e nele faremos nossa morada (Jo 14,23). E termina
com a promessa da vida que marca a diferença com o antigo êxodo: Este é o pão
que desceu do céu. Não é como o pão que os pais de vocês comeram e depois
morreram. Quem come deste pão viverá para sempre.
Termina o discurso na sinagoga. Até aqui foi a conversa
entre Jesus e o povo e os judeus na sinagoga de Cafarnaum. Como aludimos
anteriormente, o Discurso do Pão da Vida nos oferece uma imagem de como era a
catequese naquele fim do primeiro séculos nas comunidades cristãs da Ásia
Menor.
As perguntas do povo e dos judeus refletem as dificuldades
dos membros das comunidades. E as resposta de Jesus representam os
esclarecimentos para ajuda-los a superar as dificuldades, aprofundar sua fé e
viver mais intensamente a eucaristia que era celebrada sobretudo nas noites de
sábado para o domingo, o Dia do Senhor.
A partir do Discurso do Pão da Vida, a celebração da
Eucaristia recebe uma luz muito forte e um aprofundamento enorme. Que luz estás
percebendo que te ajuda a dar um passo? Comer a carne e o sangue de Jesus é o
mandamento que ele nos dá. Meu irmão, como vives a eucaristia na tua vida?
Mesmo não podendo ir à missa todos os dias ou todos os domingos, tua vida deve
ser eucarística. Como tens realizado este objetivo?
Pai, que o corpo e o sangue de teu Filho Jesus sejam
alimento para a minha caminhada em busca de ti, de maneira que eu não venha a
desfalecer pelo caminho.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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