Evangelho (Mateus 5,17-19)
Quarta-Feira, 6 de Março de 2013
3ª Semana da Quaresma
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17“Não
penseis que vim abolir a Lei e os Profetas”. Não vim para abolir, mas para
dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a
terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da lei, sem
que tudo se cumpra.
19Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por
menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor
no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no
Reino dos Céus.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Jesus dá sentido à
lei
Para Jesus, a lei moral é obra da Sabedoria divina. Por
isso, Podemos defini-la, em sentido bíblico, como uma instrução paterna, uma
pedagogia de Deus. Ela prescreve ao homem os caminhos, as regras de
procedimento que o levam à bem-aventurança prometida e lhe proíbe os caminhos
do mal, que desviam de Deus e do seu amor. E, ao mesmo tempo, firme nos seus
preceitos e amável nas suas promessas. Eis a razão do porque Jesus diz: o céu e
a terra passarão; porém, nada será tirado da Lei – nem a menor letra, nem
qualquer acento.
Portanto, a questão da obediência aos mandamentos divinos,
ou tudo quanto Deus ordena, não visará à salvação, pois entra no campo da
santificação, e não da justificação. Entender o papel da lei como meio de
salvação seria um uso “ilegítimo” da mesma (1 Timóteo 1:8).
O fracasso espiritual de Israel, que motivou sua rejeição
como propriedade de Deus, não estava na lei, que é “perfeita”, “santa, justa,
boa, espiritual, prazerosa” (Salmo 19:7; Romanos 7:12, 14, 22). Mas sim na
atitude de auto-confiança do povo quanto às suas possibilidades de obedecê-la
plenamente.
Por isso é que Jesus dirigindo-se ao povo diz : Não pensem
que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou com os ensinamentos dos Profetas.
Não vim para acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo. Assim, Ele
ressaltou os princípios básicos da lei divina como sendo “amor a Deus sobre
todas as coisas” e “amor ao próximo como a si mesmo” (Mateus 22:36-40). Paulo o
confirma em Romanos 13:8-10 e ambos estes princípios sempre foram reconhecidos
pelos cristãos como a síntese da lei divina tanto na linha “horizontal” ou
seja, no amor ao próximo, quanto “vertical” o amor para com Deus, de
relacionamento.
Com uma pouca margem de erro diria que há preceitos de
caráter cerimonial, civil e moral na lei divina independentemente de ocorrer
tal linguagem “técnica” nas páginas bíblicas, fato reconhecido por Confissões
de Fé e autoridades cristãs de diferentes confissões do passado e do presente.
Em toda a Lei está a defesa da vida que a final é um dom de Deus.
No sermão da montanha (Mateus 5 a 7), bem como no diálogo
com o jovem rico (Mateus 19:16ss), ao Cristo tratar do verdadeiro espírito da
lei Ele lembra que Deus leva em conta não só a mera obediência ao seu texto,
mas as reais e íntimas intenções do indivíduo quanto a tal obediência.
Nenhum dos mandamentos da Lei de Deus tem aplicação limitada
a Israel. O próprio princípio do sábado foi estendido aos “filhos dos
estrangeiros” (Isaías 56:2-8), e todas as pessoas de todas as nacionalidades
têm necessidade de um dia regular de repouso, daí porque “o sábado foi feito
por causa do homem” (Marcos 2:27).
No novo concerto os princípios básicos da lei divina são
escritos por Deus nos corações e mentes dos Seus filhos, judeus ou gentios, nos
moldes do que havia sido prometido ao antigo Israel em Ezequiel 36:26, 27 e
Jeremias 31:31-33.
Nos debates de Cristo com os escribas e fariseus sobre o
sábado Ele está corrigindo a prática extremada e insensível deles do Decálogo, e
não combatendo uma norma estabelecida por Ele próprio como Criador e Legislador
(ver Mateus 12:1-12; Heb. 1:2).
João no Apocalipse (1:10) refere-se ao “dia do Senhor” que
para nós católicos é o Domingo, como sendo um dia especial dedicado a Deus.
Portanto, ele mantinha um dia especial de observância, como estabelecido no 3º
mandamento da lei de Deus: Santificar os Domingos e Festas de Guarda.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova
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