quinta-feira, 1 de outubro de 2020

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 18,1-5.10 - 02.10.2020

 Liturgia Diária


2 – SEXTA-FEIRA  

SANTOS ANJOS DA GUARDA*


(branco, pref. dos anjos – ofício da memória)



Anjos todos do Senhor, bendizei o Senhor; cantai a sua glória, louvai-o eternamente (Dn 3,58).


A memória dos Santos Anjos foi introduzida no calendário romano em 1615. Mensageiros e guardiães dos filhos de Deus, os anjos estão presentes na história da salvação, como se vê em várias passagens da Bíblia. Celebrando esta memória, assumamos o compromisso de sermos, como os anjos, fontes de amor e ternura para a vida do próximo.


Evangelho: Mateus 18,1-5.10


Aleluia, aleluia, aleluia.


Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, / seus ministros que fazeis sua vontade! (Sl 102,21)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquela hora, 1os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos céus?” 2Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles 3e disse: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos céus. 4Quem se faz pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus. 5E quem recebe em meu nome uma criança como esta é a mim que recebe. 10Não desprezeis nenhum desses pequeninos, pois eu vos digo que os seus anjos nos céus veem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus”. – Palavra da salvação.


Reflexão - Evangelho: Mateus 18,1-5.10

«Quem vos escuta, é a mim que está escutando»


Rev. D. Jordi SOTORRA i Garriga

(Sabadell, Barcelona, Espanha)

Hoje, vemos Jesus dirigir o seu olhar para aquelas cidades da Galiléia que tinham sido a causa das suas preocupações e nas quais Ele tinha pregado e realizado as obras do Pai. Em nenhum destes locais como Corazim, Betsaida e Cafarnaum tinha pregado ou feito milagres. A semeadura tinha sido abundante, mas a colheita não foi boa. Nem Jesus os pode convencer...! Que mistério o da liberdade humana! Podemos dizer não a Deus... A mensagem evangélica não se impõe pela força, apenas se oferece e eu posso fechar-me a ela; posso aceitá-la ou recusa-la. O Senhor respeita totalmente a minha liberdade. Que responsabilidade a minha!


As expressões de Jesus: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!» (Lc 10,13) ao terminar a sua missão apostólica expressam mais sofrimento que condenação. A proximidade ao Reino de Deus não foi para aquelas cidades uma chamada à penitência e à mudança. Jesus reconhece que em Sidônia e em Tiro teriam aproveitado melhor toda a graça dispensada aos galileus.


A decepção de Jesus é maior quando se trata de Cafarnaum. «Serás elevada até o céu? Até inferno serás rebaixada!» (Lc 10,15). Aqui tinha Pedro a sua casa e Jesus tinha feito desta cidade o centro da sua pregação. Mais uma vez vemos mais um sentimento de tristeza que uma ameaça com estas palavras. O mesmo poderia dizer de muitas cidades e pessoas da nossa época. Julgam que prosperam quando na realidade estão se afundando.


«Quem vos escuta, é a mim que está escutando» (Lc 10,16). Estas palavras com que o Evangelho termina são uma chamada à conversão e trazem esperança. Se ouvirmos a voz de Jesus ainda estamos a tempo. A conversão consiste em que o amor supere progressivamente o egoísmo na nossa vida, o qual é um trabalho sempre inacabado. São Máximo diz-nos: «Não há nada tão agradável e amado por Deus como o fato dos homens se converterem a Ele com sincero arrependimento».

Fonte http://evangeli.net/


FAZER-SE CRIANÇA PARA O REINO DO CÉU Mt 18,1-5.10

HOMILIA

Para entender melhor a mensagem de Jesus, é interessante criar mentalmente o contexto no qual aconteceu esta cena. Certamente os discípulos estavam com Jesus na presença de uma pequena multidão. Imagino Jesus observando o movimento das pessoas, algumas crianças acompanhando os pais, algumas sentadas, outras inquietas, e todos esperando o momento em que Jesus começasse a falar. Jesus então deve ter percebido que alguns discípulos já vinham, há algum tempo, conversando entre si sobre como deveria ser o Reino dos Céus. Jesus já havia contado várias parábolas sobre o Reino dos Céus, e já havia incutido neles uma enorme vontade de entrar neste lugar maravilhoso, onde eles poderiam ficar face a face com Deus. Agora, o lado humano desses discípulos queria saber qual deles teria maior lugar de destaque no Reino, qual deles seria o maior de todos. E antes de fazer a pergunta a Jesus, eles mesmos devem ter discutido bastante sobre isso, e talvez chegassem até a brigar, antes de chegarem ao ponto de perguntar ao mestre. Devemos observar que a pergunta que eles fazem a Jesus é: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” O evangelista Mateus não chega nem a dizer qual deles fez a pergunta, e, além disso, tem o cuidado de “melhorar” a pergunta, pois em outras passagens da Bíblia, a pergunta é até mais direta: “Quem de nós sentará ao teu lado no Reino?” O que se pode deduzir disso é que Jesus falava tanto e tão bem do Reino dos Céus, que os discípulos fariam qualquer coisa para entrar nele, e com o maior destaque possível!!! A imagem de Reino que eles tinham é a de um reino da terra, então era nessa linguagem que Jesus poderia explicar. Com toda a hierarquia de um reino terreno.


Quando o discípulo fez essa pergunta, Jesus deve ter levado em consideração tudo isso, deve ter percebido os olhares ao seu redor, e visto que todos esperavam ansiosos por uma resposta que exaltasse o mais forte, ou o mais inteligente, ou o mais religioso, ou alguma virtude que eles pudessem discutir quem seria o mais “virtuoso” ou “qualificado” entre eles. O raciocínio rápido e inteligente de Jesus tinha que encontrar uma saída que fizesse com que eles parassem de brigar para ver quem era o maior entre eles, e foi uma saída de mestre a que Ele encontrou. Chamou uma criança e disse exatamente o oposto do que seus discípulos estavam preparados para ouvir: “Quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior no Reino dos Céus.” Com isso, Jesus acabou com a discussão dos discípulos para saber quem seria o maior entre eles, pois agora eles deveriam buscar serem pequeninos como uma criança. E Jesus ainda arrematou: “E quem recebe em meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe.” Jesus sabia que seus discípulos o tinham como Filho de Deus e, portanto, como presença garantida no Reino. Então agora eles teriam que buscar as qualidades de uma criança, e tratar as crianças como se fosse o próprio Jesus. Mas poderíamos interpretar “criança” com outra conotação: as pessoas simples e humildes, de pouca formação religiosa e acadêmica, os excluídos e marginalizados da sociedade.


Jesus deu mais uma ordem: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos” E depois uma “ameaça”: “pois eu vos digo que os seus anjos nos céus vêem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus.” Em outras palavras, se eles desprezassem qualquer pequenino, Deus iria saber na mesma hora, e não iria gostar nada disso. Portanto, o lugar deles no Reino dos Céus estaria ameaçado!


Hoje estamos celebrando a memória de Santa Terezinha. Ela nos dá uma explicação muito simples e fácil de entender as palavras de Jesus: “Ser criança é reconhecer seu nada, esperar tudo de Deus, como uma criancinha espera tudo do pai; é não se perturbar com nada, não juntar fortuna” “Ser pequeno é também não atribuir a si mesma as virtudes que pratica, julgando-se capaz de alguma coisa, mas reconhecer que Deus coloca esse tesouro na mão de seu filhinho para que se sirva quando precisar; mas ele pertence sempre a Deus”. “o elevador que deve me alçar até ao céu são vossos braços, ó Jesus! Para isso, não preciso crescer; pelo contrário, devo continuar pequena, devo sê-lo cada vez mais”. Para Deus somos como filhos pequenos e amados, dependentes do Seu amor. Por isso, Ele coloca os anjos em nosso auxilio. Aquele que se compreende pequeno, pecador, ovelha fugida e necessitada, este é que é grande no reino de Deus. Não podemos nos apegar à idéia de que ser criança é ser tola, (o) é ser infantil. Existe uma diferença entre ser infantil e ser como as crianças. Ser infantil é ser imaturo e recusar-se a assumir a plena responsabilidade pelas próprias ações. Ser como a criança é assumir responsabilidade e ao mesmo tempo ser capaz de entregar-se, de abandonar-se e ser dependente de alguém, ser autêntica, ser transparente, viver as emoções. Ser infantil exige pouco esforço, mas é preciso força para nos abrir às emoções como fazem as crianças. “Os atos infantis afastam, enquanto que as ações próprias das crianças atraem”.


Como você se sente aos olhos de Deus: grande ou pequeno (a)? Você já experimentou ser como uma criança? Você acha que ser sábio nas coisas de Deus vai lhe ajudar na sua salvação? – Você se sente dependente de Deus, abandonado (a) em Suas mãos? Você é auto-suficiente? Em quem você confia?


A lição prática que podemos levar para a nossa vida hoje é: fazer-se pequenino; não desprezar nenhum pequenino; melhor do que se manter num lugar seguro, tomando cuidado para não se perder, seria sair em busca dos pequeninos que se perderam, e resgatá-los.


Pai poupa-me de cair na tentação de querer fazer-me grande aos olhos do mundo, pois a verdadeira grandeza consiste em fazer-me criança, pequeno, amigo e servidor do meu próximo.


Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA


Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé


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