sexta-feira, 15 de agosto de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 19:13-15 - 16.08.2025

 Liturgia Diária


16 – SÁBADO 

19ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)


Lembrai-vos, Senhor, da vossa aliança e nunca esqueçais a vida dos vossos pobres. Levantai-vos, Senhor, e julgai vossa causa, e não fecheis o ouvido ao clamor dos que vos procuram (Sl 73,20.19.22s).


A assembleia, unida em propósito, afirma sua confiança na Fonte Eterna e proclama: “Nós serviremos ao Senhor, pois Ele é o nosso Deus”. Tal escolha não é imposição, mas ato consciente da vontade que busca a Verdade. As bênçãos do Cristo fluem como rio vivo sobre crianças e famílias, fortalecendo nelas a dignidade e a liberdade interior. Neste dia, recorda-se que a verdadeira ordem nasce da aliança entre fé e responsabilidade, onde cada ser, iluminado pelo amor divino, é chamado a construir uma vida justa, harmoniosa e guiada pela luz da consciência desperta.



Evangelium secundum Matthæum 19,13–15

Titulus liturgicus: De parvulis ad Iesum adducendis

  1. Tunc oblati sunt ei parvuli ut manus eis imponeret et oraret.
    Então foram-lhe apresentadas criancinhas, para que lhes impusesse as mãos e orasse;

  2. Discipuli autem increpabant eos. Iesus vero ait eis: Sinite parvulos, et nolite eos prohibere ad me venire; talium est enim regnum cælorum.
    Mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse-lhes: “Deixai vir a mim os pequeninos, e não os impeçais, porque de tais é o reino dos céus.”

  3. Et cum imposuisset eis manus, abiit inde.
    E, tendo-lhes lançado as mãos, retirou-se dali.

Reflexão:
A imagem das crianças trazidas reflete a tessitura do vínculo singular entre o indivíduo e o plano transcendente, revelando a graciosidade original que não depende de imposição ou de status social. Neste gesto simples, emerge o valor do respeito à pessoa como fim em si mesma, expressão máxima de confiança recíproca. A ação de acolhê-las não é gesto paternalista, mas sim reconhecimento da dignidade que brota da iniciativa livre e consciente. O impulso genuíno de aproximar-se revela uma convicção: o florescimento humano se enraíza no respeito à autonomia e no cultivo da responsabilidade pessoal, permitindo que a ordem social se regenere a partir da valorização plena da liberdade individual.


Versículo mais importante:

O versículo central e mais significativo do trecho é:

  1. Iesus vero ait eis: Sinite parvulos, et nolite eos prohibere ad me venire; talium est enim regnum cælorum.
    Jesus, porém, disse-lhes: “Deixai vir a mim os pequeninos, e não os impeçais, porque de tais é o reino dos céus.” (Mt 19:14)


HOMILIA

O Chamado dos Pequenos ao Coração do Infinito

No silêncio que envolve a cena, mãos frágeis são conduzidas à Presença que sustenta todas as coisas. As crianças, símbolo da essência não corrompida, aproximam-se do Verbo Encarnado sem cálculos nem reservas, revelando a pureza de quem se entrega inteiramente ao mistério.

O Mestre não apenas as recebe — Ele afirma que a herança do Reino pertence a quem conserva esta abertura interior. Aqui, liberdade e dignidade não são concessões externas, mas expressão do núcleo imortal que habita em cada ser humano. Aproximar-se d’Ele é retorno à origem, onde a vida se compreende como caminho de plenitude.

Ao impor as mãos, Cristo não transfere poder terreno, mas desperta a centelha que dorme em cada alma, convidando-a a crescer em consciência, amor e verdade. A criança que somos no íntimo não se perde com os anos, apenas se oculta; e o chamado permanece: abrir-se ao Eterno com confiança, cultivar a liberdade interior e deixar que a dignidade, florescendo de dentro, transforme todo o nosso existir.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

1. O Convite que Transcende o Tempo

Quando Jesus diz “Deixai vir a mim os pequeninos”, não está apenas se referindo às crianças presentes, mas a todos que se aproximam com espírito puro e desarmado. Na perspectiva eterna, o “vir” é um movimento da alma em direção à sua Fonte, atravessando os limites do espaço e do tempo.

2. O Símbolo dos Pequenos

Os “pequeninos” representam a essência do ser humano antes das camadas de orgulho, medo e cálculo. São a expressão da simplicidade original, onde a consciência não está fragmentada, mas aberta ao todo. A criança, neste sentido, é um arquétipo do estado primordial que nos permite receber a vida divina sem resistência.

3. A Abertura à Graça

“E não os impeçais” indica que a obstrução ao encontro com Deus não vem apenas de forças externas, mas também de barreiras internas criadas pelo apego, pelo condicionamento e pela autossuficiência. O chamado é para remover tais obstáculos, permitindo que a graça flua livremente e alcance o núcleo mais profundo da pessoa.

4. O Reino dos Céus como Estado de Consciência

“Porque de tais é o reino dos céus” não se limita a uma promessa futura, mas indica uma realidade presente e acessível. O Reino é a dimensão onde a vontade humana se harmoniza com a divina. Pertence aos que mantêm a liberdade interior, a dignidade inata e a abertura ao mistério — qualidades que resplandecem na simplicidade infantil.

5. A Jornada de Retorno

A mensagem de Jesus é também uma convocação ao retorno: despir-se das máscaras acumuladas, reencontrar a criança interior e permitir que ela seja conduzida ao Coração Eterno. Essa é a verdadeira evolução espiritual — não o acúmulo de formas externas, mas a revelação cada vez mais plena daquilo que já somos no âmago do nosso ser.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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