segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

LITURGIA DA PALAVRA - Evangelho: Mateus 21,28-32 - 16.12.2025

 Liturgia Diária


16 – TERÇA-FEIRA 

3ª SEMANA DO ADVENTO


(roxo, pref. do Advento I ou IA – ofício do dia)


“Liturgia da Palavra, Evangelho do dia e reflexões espirituais profundas para fortalecer a fé e a vida diária, usando a Biblia Sacra juxta Vulgatam Clementinam”


Ecce veniet Dominus Deus meus, omnesque sancti cum eo; et erit dies una, quae nota est Domino: et in tempore vesperi erit lux.

Eis que virá o Senhor, meu Deus, e com Ele todos os seus santos; e será um único dia, conhecido do Senhor: e ao cair da tarde haverá luz. (Zc 14,5.7).


Diante do fundamento do real, não prevalecem máscaras, promessas ou retóricas. O que se revela é o ato, expressão concreta da liberdade interior. A razão ensina que cada escolha imprime forma à alma, e que a virtude não é declarada, mas exercida. Viver no amor significa agir sem coerção, reconhecendo no outro um fim em si. Viver na verdade é alinhar palavra e gesto ao logos que ordena o mundo. Viver na justiça é assumir responsabilidade pelos efeitos do próprio agir, aceitando limites, consequências e a dignidade da ordem comum. Assim, a consciência governa-se, firme, livre, responsável, constante, serena, lúcida.



Evangelium secundum Matthaeum 21,28-32

28 Quid autem vobis videtur? Homo quidam habebat duos filios: et accedens ad primum dixit: Fili, vade hodie operare in vinea mea.
Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Aproximando-se do primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na minha vinha.

29 Ille autem respondens ait: Nolo. Postea autem poenitentia motus abiit.
Ele respondeu: Não quero. Mas depois, arrependido, foi.

30 Accedens autem ad alterum dixit similiter. At ille respondens ait: Eo, domine: et non ivit.
Dirigindo-se ao outro, disse o mesmo. Este respondeu: Vou, senhor. Mas não foi.

31 Quis ex duobus fecit voluntatem patris? Dicunt ei: Primus. Dicit illis Iesus: Amen dico vobis, quia publicani et meretrices praecedent vos in regnum Dei.
Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O primeiro. Jesus lhes disse: Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus.

32 Venit enim ad vos Ioannes in via iustitiae, et non credidistis ei; publicani autem et meretrices crediderunt ei: vos autem videntes nec poenitentiam habuistis postea, ut crederetis ei.
Pois João veio a vós no caminho da justiça, e não acreditastes nele. Os publicanos e as prostitutas, porém, acreditaram. Vós, mesmo vendo isso, não vos arrependestes depois para crer nele.

Verbum Domini

Reflexão:

A realidade julga o ser humano por seus atos e não por suas declarações.
A liberdade manifesta-se quando a decisão se converte em ação concreta.
A razão reconhece que prometer sem agir é forma sutil de evasão.
Errar e corrigir o caminho preserva mais a dignidade do que fingir obediência.
A justiça nasce do compromisso com as consequências do próprio agir.
A ordem do mundo responde à coerência entre intenção e prática.
A consciência amadurece quando assume responsabilidade.
Assim, a verdade torna-se vivida e não apenas afirmada.


Versículo maias importante:

Quis ex duobus fecit voluntatem patris? Dicunt ei: Primus. Dicit illis Iesus: Amen dico vobis, quia publicani et meretrices praecedent vos in regnum Dei.

Qual dos dois fez a vontade do pai? Eles responderam: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus.(Mt 21,31)


HOMILIA

A Vontade Cumprida no Silêncio do Ato

A liberdade revela sua nobreza quando a consciência assume a responsabilidade de transformar a escolha em ação concreta.

O Evangelho apresenta dois filhos e, neles, duas formas de relação com a verdade. Um resiste na palavra, mas converte-se no gesto. Outro consente no discurso, mas nega-se na prática. Nesse contraste revela-se uma lei profunda do ser. A realidade não se estrutura pelo que é dito, mas pelo que se realiza. O interior humano amadurece quando a decisão atravessa a hesitação e assume forma concreta no tempo.

A evolução interior não é linear nem isenta de quedas. O primeiro filho carrega a marca da liberdade autêntica. Ele enfrenta o conflito, reconhece o erro e retorna ao caminho. Essa conversão silenciosa honra a dignidade da pessoa, pois afirma que ninguém está aprisionado ao instante inicial. A consciência pode reordenar-se quando aceita a verdade que a interpela.

O segundo filho preserva a aparência da obediência, mas recusa a responsabilidade do agir. Aqui se manifesta a fragilidade de uma liberdade que se satisfaz no consentimento verbal. Quando a palavra não encontra o corpo do ato, a interioridade fragmenta-se. A família e a comunidade sofrem quando a confiança repousa apenas em promessas desvinculadas da ação.

A vinha simboliza o espaço da cooperação com a ordem do mundo. Trabalhar nela é participar do desdobramento do bem no cotidiano. Cada gesto justo fortalece a estrutura invisível que sustenta a convivência humana. A dignidade floresce quando o indivíduo assume seu lugar nessa trama, não por imposição, mas por adesão consciente.

Assim, o Evangelho ensina que a verdadeira fidelidade nasce da união entre liberdade e responsabilidade. A pessoa cresce quando permite que a verdade transforme sua prática. A família e a sociedade encontram estabilidade quando a palavra é confirmada pela ação. Nesse caminho discreto, a luz se estabelece e a vontade é cumprida.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

Qual dos dois fez a vontade do pai Eles responderam O primeiro Disse-lhes Jesus Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus (Mt 21,31)

A pergunta que revela o critério divino
A interrogação de Jesus não busca informação mas desvela um princípio eterno. A vontade do Pai não se identifica com a forma externa da obediência mas com a adesão real do ser ao bem. O Reino manifesta-se onde a decisão interior se traduz em ação verdadeira. A resposta correta nasce do reconhecimento de que a verdade se comprova no agir e não na aparência.

A primazia do ato sobre a palavra
O primeiro filho representa a consciência que resiste mas depois se deixa corrigir pela verdade. Há nele liberdade real pois é capaz de rever-se. O segundo filho ilustra a palavra vazia que não se encarna. A ordem divina não se sustenta em promessas mas em atos que confirmam a escolha do bem no tempo.

Conversão como restauração da dignidade
A precedência dos publicanos e das prostitutas não exalta o erro mas a capacidade de transformação. A dignidade humana não se perde definitivamente. Quando a consciência reconhece a verdade e a assume no agir ela se realinha à ordem do Reino. A justiça divina eleva quem responde com sinceridade e responsabilidade.

O Reino como adesão interior
Entrar no Reino não é resultado de posição social nem de discurso correto. É fruto da conformação interior à vontade do Pai. Onde há liberdade responsável verdade vivida e retidão prática ali o Reino já começa a manifestar-se silenciosamente.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

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