quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

LITURGIA DA PALAVRA - Evangelho: Mateus 17,10-13 - 13.12.2025

 Liturgia Diária


13 – SÁBADO 

SANTA LUZIA


VIRGEM E MÁRTIR


(vermelho, pref. do Advento I ou IA, ou das virgens – ofício da memória)


“Liturgia da Palavra, Evangelho do dia e reflexões espirituais profundas para fortalecer a fé e a vida diária, usando a Biblia Sacra juxta Vulgatam Clementinam”


A força pura da alma ergue-se em disciplina silenciosa, ofertando-se ao Logos que transcende o sofrimento, caminhando com firmeza após o Cordeiro que sustenta todo sentido.


Luzia, cujo nome remete à claridade interior, manifesta na própria entrega a firmeza de quem reconhece que nenhuma força externa pode subjugar a consciência orientada pelo Logos. Seu martírio, ocorrido na antiga Itália, revela a dignidade de uma vontade que permanece íntegra diante do poder transitório. A memória de seu testemunho atravessa séculos porque anuncia que a verdadeira luz nasce da coragem de manter-se fiel ao sentido mais elevado do ser. Seu caminho inspira uma existência centrada na disciplina, na responsabilidade pessoal e na liberdade interior que transcende ameaças, conduzindo-nos ao Cristo que sustenta e ordena a vida humana profunda.



Lectio sancti Evangelii secundum Matthaeum 
17,10-13

10
Et interrogaverunt eum discipuli dicentes Quid ergo scribae dicunt quod Eliam oporteat primum venire
E os discípulos perguntaram Por que então os escribas dizem que Elias deve vir primeiro

11
At ille respondens ait Elias quidem venturus est et restituet omnia
Ele respondeu Elias certamente virá e colocará todas as coisas em sua ordem

12
Dico autem vobis quia Elias iam venit et non cognoverunt eum sed fecerunt in eo quaecumque voluerunt Sic et Filius hominis passurus est ab eis
Eu vos digo Elias já veio e não o reconheceram e fizeram com ele o que quiseram Assim também o Filho do Homem sofrerá por causa deles

13
Tunc intellexerunt discipuli quia de Ioanne Baptista dixisset eis
Então os discípulos compreenderam que Ele lhes falara de João Batista

Verbum Domini

Reflexão:
O relato convida a reconhecer a presença do sentido profundo que muitas vezes passa despercebido. A incapacidade de ver Elias manifesta como a mente pode ignorar o essencial. A clareza interior pede vigilância constante para interpretar a vida sem submissão ao medo. A liberdade verdadeira floresce quando cada ação nasce de consciência firme e não de pressões externas. Cristo mostra que a coerência permanece mesmo diante do sofrimento e que nenhum poder efêmero vence a integridade de uma vontade ordenada ao bem. Essa atitude inspira responsabilidade, constância e serenidade diante das circunstâncias.


Versículo mais importante:

Dico autem vobis quia Elias iam venit et non cognoverunt eum sed fecerunt in eo quaecumque voluerunt Sic et Filius hominis passurus est ab eis


Eu vos digo Elias já veio e não o reconheceram e fizeram com ele o que quiseram Assim também o Filho do Homem sofrerá por causa deles(Mt 17,12)


HOMILIA

A Luz que Reconhece o Invisível

O Evangelho apresenta discípulos que buscam compreender os sinais da promessa divina. Eles interrogam sobre Elias e Cristo revela que o mensageiro já havia vindo, mas não fora reconhecido. Esse não reconhecimento se torna espelho da condição humana quando o coração se fecha à profundidade que sustenta o real. A vida frequentemente manifesta a verdade em silêncio e simplicidade e somente quem cultiva percepção interior identifica o que transforma.

A figura de Elias já presente e ignorado simboliza o chamado constante da transcendência que toca discretamente a existência. Cada pessoa é convidada a desenvolver uma visão que ultrapassa aparências e que acolhe a presença do sagrado mesmo quando velada. Essa visão nasce da liberdade interior que não depende de aprovações externas e que se afirma por meio da responsabilidade diante da própria consciência.

O sofrimento do Filho do Homem, anunciado no Evangelho, testemunha a firmeza de quem permanece íntegro mesmo diante de incompreensões e violências. Essa firmeza não decorre de obstinação, mas da adesão confiante ao sentido que organiza a própria vida. A dignidade humana se fortalece quando a pessoa reconhece que nenhuma força passageira pode destruir o valor essencial inscrito em sua natureza.

A família, lugar de transmissão da vida e da verdade que protege a interioridade, recebe também o chamado para não se deixar guiar apenas por ruídos exteriores. Ela é espaço de crescimento espiritual onde cada membro aprende a reconhecer e honrar aquilo que não se vê, mas que sustenta tudo o que é verdadeiramente humano.

O Evangelho convida a não repetir o erro daqueles que não perceberam Elias. Chama a despertar percepções mais amplas, a escutar o que Deus revela no tempo e no silêncio, e a caminhar com serenidade firme. Reconhecer a passagem do sagrado na história pessoal e comunitária torna-se caminho de evolução interior. Assim, a vida inteira se ordena ao bem, sustentada pela liberdade que sabe discernir, pela dignidade que permanece e pela fidelidade ao Cristo que ilumina cada jornada.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

“Eu vos digo Elias já veio e não o reconheceram e fizeram com ele o que quiseram Assim também o Filho do Homem sofrerá por causa deles” (Mt 17,12)

O Mistério da Presença não Reconhecida
O versículo revela a realidade de uma manifestação divina que acontece sem espetáculo, chegando de modo discreto e silencioso. Elias já estava entre o povo, porém sua presença não foi percebida. A ausência de reconhecimento não significa ausência de ação. Deus atua mesmo quando o olhar humano permanece limitado. A incapacidade de perceber o mensageiro indica como o coração pode endurecer diante de sinais que exigem humildade e abertura interior.

A Liberdade Humana e a Responsabilidade diante do Sagrado
O texto afirma que fizeram com Elias o que quiseram. Essa expressão demonstra a liberdade humana, capaz de acolher ou rejeitar a graça. A liberdade, porém, jamais se separa da responsabilidade. Cada escolha repercute na própria alma e no destino da comunidade. A atitude diante do enviado de Deus revela o uso que a pessoa faz da própria vontade, orientando-a para a luz ou para o fechamento interior.

A Missão do Filho do Homem como Plenitude da Revelação
Cristo declara que sofrerá pelas mesmas mãos incapazes de reconhecer o que é santo. Seu sofrimento não é derrota, mas expressão de amor que permanece íntegro. A coerência do Filho do Homem manifesta a fidelidade absoluta ao plano divino e desvela o contraste entre a luz que Ele traz e a incompreensão humana. Esse sofrimento revela a profundidade de uma missão que eleva a condição humana e a chama a uma resposta mais elevada.

O Chamado à Visão Espiritual e ao Discernimento
O versículo convida a cultivar um olhar capaz de perceber a ação divina no interior da história. A verdadeira visão nasce de um coração disposto a escutar o que não se impõe pela força, mas que se oferta na verdade silenciosa. Quem desenvolve essa sensibilidade aprende a discernir a presença do sagrado nos acontecimentos, reconhecendo o envio de Deus mesmo quando oculto sob formas simples.

A Transformação Interior como Caminho de Reconhecimento
O erro daqueles que não reconheceram Elias desenvolve-se também na vida cotidiana. A transformação interior permite romper a cegueira espiritual. Quem cresce em maturidade interior torna-se apto a perceber o que Deus realiza e a responder com fidelidade. Assim, o sofrimento do Filho do Homem não se torna motivo de endurecimento, mas chama para uma adesão amorosa e consciente ao caminho revelado por Cristo, conduzindo à plenitude da vida e da verdade.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

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