quarta-feira, 5 de novembro de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 15:1-10 - 06.11.2025

 Liturgia Diária


6 – QUINTA-FEIRA 

31ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)


Não me abandoneis, Senhor, meu Deus, nem fiqueis longe de mim! Vinde em meu auxílio, ó Senhor, força da minha salvação! (Sl 37,22s)



Dominus Misit Filium Suum

Evangelium secundum Joannem 3, 16–17 — ex Vulgata

16. Sic enim dilexit Deus mundum, ut Filium suum unigenitum daret: ut omnis qui credit in eum, non pereat, sed habeat vitam aeternam.
Porque Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

17. Non enim misit Deus Filium suum in mundum ut iudicet mundum, sed ut salvetur mundus per ipsum.
Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por meio dele.

Verbum Domini

Reflexão:
Pertencer a Deus é reconhecer que o sentido da vida não se constrói pela posse, mas pela entrega. O Filho, vindo do alto, revela que o verdadeiro poder nasce da renúncia, e que a luz só ilumina quando se deixa consumir pelo amor. Aquele que crê, não teme o tempo nem o destino, pois compreende que o existir é comunhão com a fonte que gera todas as coisas. Cada ato de fé é um retorno silencioso ao princípio. Assim, quem ama, vive em harmonia com o cosmos, e quem serve à verdade, torna-se livre na essência do ser.


Versículo mais importante:

Evangelium secundum Joannem

3,16
Sic enim dilexit Deus mundum, ut Filium suum unigenitum daret: ut omnis qui credit in eum, non pereat, sed habeat vitam aeternam.
Porque Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.(Jo 3:16)


HOMILIA

O Valor do Perdido e a Luz do Retorno

No Evangelho segundo Lucas, contemplamos a parábola da ovelha perdida e da dracma esquecida. A narrativa nos revela a intrínseca dignidade de cada ser, cuja existência nunca se perde em definitivo diante do olhar atento do Criador. Cada alma, mesmo quando desviada, carrega consigo a centelha da totalidade, e o movimento de retorno simboliza a evolução interior que transcende erros e desencontros.

A busca incessante do que se encontra disperso reflete a liberdade concedida à consciência: o abandono temporário não nega a própria essência, mas a convoca a reconhecer seu lugar na ordem cósmica. Ao encontrar o perdido, experimentamos a alegria que nasce da harmonia restaurada, que não é mera satisfação externa, mas a percepção profunda de que a vida se engrandece quando reconhecemos o valor de cada elemento do universo.

Assim, somos convidados a contemplar a própria jornada, compreendendo que o equilíbrio não reside na posse ou no domínio, mas na aceitação do fluxo da existência, no respeito à autonomia de cada ser e na capacidade de celebrar a integração do disperso. Cada retorno é triunfo da consciência que se eleva acima das circunstâncias, acolhendo com serenidade o movimento da vida e a perfeição inerente à ordem divina.

A parábola nos ensina que a busca e o reencontro não são apenas atos externos, mas transformações internas, onde a luz do espírito encontra e reconhece a própria imagem refletida em cada fragmento do mundo, reafirmando a dignidade de tudo aquilo que existe.


EXPLICAÇÃO TOLÓGICA

A Profundidade do Amor Divino

1. O Amor que Transcende o Mundo
O versículo João 3:16 revela a magnitude do amor que não se limita às fronteiras humanas ou às circunstâncias passageiras. O ato de Deus ao entregar seu Filho único manifesta um amor que é absoluto, ordenado e consciente, capaz de abraçar a totalidade da criação. Esse amor não depende do mérito, mas reconhece a dignidade inerente de cada ser, reafirmando que a vida possui um valor que transcende a fragilidade temporária e os desvios do caminho.

2. A Entrega como Caminho de Liberdade
O dom do Filho é também a revelação de que a verdadeira liberdade não se conquista pela força externa, mas pela abertura interior àquilo que sustenta o cosmos. A entrega divina é convite à participação voluntária na ordem do universo, onde o indivíduo é chamado a reconhecer sua essência, a alinhar-se com o princípio que rege a existência e a assumir sua própria responsabilidade na construção da vida plena e harmoniosa.

3. A Fé como Reconhecimento da Verdade
Crer não é apenas aceitar conceitos, mas uma adesão profunda à realidade que sustenta todas as coisas. Aqueles que crêem experimentam a união com o princípio que dá sentido à vida, transcendendo as vicissitudes e encontrando serenidade diante da efemeridade. A fé, assim, é um movimento consciente de retorno à fonte, que conduz à plenitude e à integridade do ser, garantindo a vida que não se perde, mas que se expande eternamente.

4. A Vida Eterna como Realidade Presente
A promessa da vida eterna não se limita a um futuro distante; ela se manifesta na capacidade de viver em harmonia com a ordem profunda que permeia tudo. A vida eterna é a experiência da conexão plena com o Criador, onde cada ação, pensamento e decisão é percebida à luz do princípio maior. Reconhecer isso é compreender que a existência, quando alinhada com o amor divino, transcende limites e encontra significado na própria essência do ser.

Reflexão
A entrega do Filho é o espelho da vida plena: cada ser possui valor infinito e cada ação consciente tem efeito sobre a ordem universal. Aceitar essa verdade é caminhar com serenidade, enfrentar os desafios com coragem e agir com dignidade, sabendo que a harmonia da existência depende do reconhecimento de si mesmo e do outro como parte de um todo maior. Assim, amar, crer e viver se tornam manifestações de uma liberdade responsável, de um equilíbrio interior e de uma vida que se realiza na eternidade do espírito.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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