segunda-feira, 8 de setembro de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 6,43-49 - 13.09.2025

 Liturgia Diária13 – SÁBADO 

SÃO JOÃO CRISÓSTOMO


BISPO E DOUTOR DA IGREJA


(branco, pref. comum, ou dos doutores – ofício da memória)


Os sábios brilharão como o esplendor do firmamento; e os que ensinam a justiça para muitos brilharão como as estrelas para sempre (Dn 12,3).


João, nascido na Síria por volta de 350 e falecido em 407, tornou-se símbolo da força interior que transcende o tempo. Chamado de “boca de ouro”, irradiava a Palavra como luz que não se fecha em si, mas se oferece em plenitude. Suas homilias e comentários revelam não apenas erudição, mas um chamado à liberdade do espírito que busca a verdade sem medo. Seu testemunho ensina que a dignidade humana floresce quando se alimenta da Palavra e da Eucaristia, fontes vivas de comunhão. Assim, o ser encontra clareza, responsabilidade e abertura para participar da grande obra do Amor eterno.



Evangelium secundum Lucam (6,43-49)

  1. Non est enim arbor bona, quae facit fructus malos: neque arbor mala, faciens fructum bonum.
    43. Não há árvore boa que produza frutos maus, nem árvore má que produza frutos bons.

  2. Unaquaeque enim arbor de fructu suo cognoscitur. Neque enim de spinis colligunt ficus: neque de rubo vindemiant uvam.
    44. Pois cada árvore se conhece pelo seu fruto. Não se colhem figos dos espinhos, nem se vindimam uvas dos sarços.

  3. Bonus homo de bono thesauro cordis sui profert bonum: et malus homo de malo thesauro profert malum. Ex abundantia enim cordis os loquitur.
    45. O homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o bem; e o homem mau, do mau tesouro, tira o mal; pois a boca fala da abundância do coração.

  4. Quid autem vocatis me Domine, Domine: et non facitis quae dico?
    46. Por que me chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?

  5. Omnis qui venit ad me, et audit sermones meos, et facit eos: ostendam vobis cui simile sit.
    47. Todo aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante.

  6. Similis est homini aedificanti domum, qui fodit in altum, et posuit fundamentum super petram: inundatione autem facta, illisum est flumen domui illi, et non potuit eam movere: fundata enim erat super petram.
    48. É semelhante a um homem que construiu uma casa, cavou profundamente e pôs o alicerce sobre a rocha; vindo a enchente, o rio investiu contra a casa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída sobre a rocha.

  7. Qui autem audit, et non facit: similis est homini aedificanti domum suam super terram sine fundamento: in quam illisus est fluvius, et continuo cecidit: et facta est ruina domus illius magna.
    49. Mas aquele que ouve e não pratica é semelhante a um homem que construiu uma casa sobre a terra, sem alicerce; o rio investiu contra ela e imediatamente caiu, e grande foi a ruína daquela casa.

Reflexão:
Este Evangelho revela que a essência de cada ser se manifesta em seus frutos, e não apenas em suas palavras. A clareza interior exige fundamentos sólidos, construídos na verdade e no amor. A vida não se sustenta em aparências frágeis, mas na rocha que é a consciência enraizada no eterno. A liberdade nasce quando se vive aquilo que se professa, e não apenas quando se fala. Cada gesto humano é semente que se torna fruto no tempo. A dignidade floresce quando a construção interior resiste às águas da incerteza. Assim, o destino humano é edificar comunhão, unindo esforço pessoal e graça divina.


Versículo mais importante:

Similis est homini aedificanti domum, qui fodit in altum, et posuit fundamentum super petram: inundatione autem facta, illisum est flumen domui illi, et non potuit eam movere: fundata enim erat super petram.
48. É semelhante a um homem que construiu uma casa, cavou profundamente e pôs o alicerce sobre a rocha; vindo a enchente, o rio investiu contra a casa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída sobre a rocha.(Lc 6:48)


HOMILIA

A Casa Erguida sobre a Rocha da Eternidade

O Evangelho nos recorda que cada árvore se reconhece por seus frutos. Não se trata apenas de atos exteriores, mas da revelação do tesouro que habita o coração. O ser humano é chamado a cultivar dentro de si um campo fértil, onde o bem floresce não como imposição, mas como expressão livre da verdade que nele habita.

O Senhor nos alerta: não basta chamá-Lo, é preciso viver em coerência com a Palavra. Escutar e não praticar é como edificar uma casa sobre a areia, onde a fragilidade se revela no primeiro embate das águas. Somente quem cava fundo encontra a rocha, e essa rocha é o fundamento sólido que sustenta o existir diante das tempestades.

Construir sobre a rocha é um ato de liberdade e dignidade: liberdade, porque a escolha é consciente e não ditada pelas ilusões passageiras; dignidade, porque a vida se enraíza naquilo que não se corrompe. A casa não é apenas a estrutura visível, mas a morada interior, onde cada gesto, cada palavra e cada silêncio são pedras colocadas em alicerces invisíveis.

Assim, o Evangelho nos convida a evoluir: a transformar palavras em vida, dons em serviço, e fragilidade em fortaleza. Quem constrói sobre a rocha da verdade divina encontra estabilidade e paz, tornando-se sinal vivo de comunhão. A obra de cada coração, edificada na fidelidade e no amor, torna-se então reflexo da eternidade que nos sustenta.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

Explicação Teológica e Contemplativa de Lc 6,48

1. A Casa como Símbolo da Existência

A casa, na linguagem do Evangelho, não é apenas morada física, mas representação do ser humano em sua totalidade: corpo, alma e espírito. Cada escolha, cada ato, cada pensamento é como uma pedra colocada em sua construção. A solidez dessa morada depende do fundamento sobre o qual é erguida.

2. Cavar Profundamente: A Jornada Interior

O gesto de cavar fundo indica que não há firmeza sem mergulho interior. Não basta construir na superfície, onde tudo é aparência e ilusão. A profundidade revela o chamado ao autoconhecimento, ao despojamento e à busca da verdade que sustenta o ser. É no silêncio e na interioridade que se encontra a rocha.

3. A Rocha como Fundamento Inabalável

A rocha simboliza o absoluto, a presença divina que não se altera. Construir sobre a rocha é enraizar a vida em princípios eternos e não em circunstâncias mutáveis. É confiar que a dignidade humana se estabelece quando repousa no que é indestrutível. Assim, o ser torna-se estável, mesmo em meio ao caos.

4. A Tempestade como Prova da Vida

A enchente e o rio que investem contra a casa representam as forças inevitáveis da existência: provações, dores, crises. Elas não são destrutivas por si, mas reveladoras daquilo que foi construído. A prova não inventa a fragilidade, apenas a expõe; e não cria a solidez, apenas a manifesta.

5. A Clareza do Edifício Interior

Uma vida bem alicerçada não teme as águas, pois sua estabilidade não depende do exterior. A clareza interior é fruto de liberdade, de responsabilidade assumida, e de uma escolha consciente pelo Bem. Assim, a rocha não é apenas base, mas horizonte: guia seguro da caminhada humana.

6. Chamado à Evolução e Comunhão

Este versículo nos recorda que a verdadeira evolução não está em evitar as tempestades, mas em atravessá-las sem ruir. Construir sobre a rocha é ato de comunhão: o ser se une ao divino e, nessa união, torna-se capaz de sustentar também os outros. A casa edificada é imagem da humanidade reconciliada, que resiste não por força própria, mas porque participa do fundamento eterno.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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