quarta-feira, 17 de setembro de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 8,4-15 - 20.09.2025

 Liturgia Diária


20 – SÁBADO 

SANTOS ANDRÉ KIM TAE-GON, presbítero, PAULO CHÓNG HASANG E COMPANHEIROS, mártires


(vermelho, pref. comum ou dos mártires – ofício da memória)


Os santos mártires derramaram o seu sangue por Cristo na terra; por isso alcançaram o prêmio eterno.


André Kim, presbítero, e Paulo, grande apóstolo leigo, emergem como faróis de coragem e consciência. Entre eles, leigos de todas as idades enfrentaram o martírio, oferecendo seus sacrifícios como expressão da verdade interior e da ordem moral que transcende o tempo. Cada vida entregue se tornou semente de liberdade espiritual, iluminando o caminho da razão e da virtude. Que suas escolhas nos inspirem a cultivar autonomia ética, perseverar diante da adversidade e manifestar frutos abundantes da Palavra em atos concretos. O espírito humano se revela pleno quando governa a si mesmo e ao propósito divino.



Evangelium secundum Lucam 8,4-15

Lectio: Parabola de Semo

  1. Cum autem turba plurima convenirent, et de civitatibus properarent ad eum, dixit per similitudinem:
    E, quando uma grande multidão se reunia e pessoas vinham de várias cidades até ele, disse por meio de uma parábola:

  2. Exiit qui seminat, seminare semen suum. Et dum seminat, aliud cecidit secus viam, et conculcatum est, et volucres caeli comederunt illud.
    Saiu o semeador a semear sua semente. E, enquanto semeava, uma parte caiu ao longo do caminho, foi pisada, e as aves do céu a comeram.

  3. Et aliud cecidit supra petram: et natum aruit, quia non habebat humorem.
    Outra parte caiu sobre a pedra; e, tendo nascido, secou-se, porque não tinha umidade.

  4. Et aliud cecidit inter spinas, et simul exortae spinae suffocaverunt illud.
    Outra parte caiu entre espinhos; e, ao crescerem, os espinhos a sufocaram.

  5. Et aliud cecidit in terram bonam, et ortum fecit centuplo. Haec dicens clamabat: Qui habet aures audiendi, audiat.
    Outra parte caiu em boa terra; e, ao crescer, fez frutos ao cem por um. Dizia isso clamando: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

  6. Interrogaverunt autem eum discipuli eius, dicentes: Quid est haec parabola?
    Então, seus discípulos o interrogaram, dizendo: O que significa esta parábola?

  7. At ille dixit: Vobis datum est nosse mysterium regni Dei, ceteris autem in parabolis, ut videntes non videant, et audientes non intelligant.
    Ele respondeu: A vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; mas aos outros, por parábolas, para que, vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.

  8. Est autem haec parabola: Semen est verbum Dei.
    Esta é, porém, a parábola: A semente é a palavra de Deus.

  9. Qui autem secus viam sunt, hi sunt qui audiunt; deinde venit diabolus, et tollit verbum de corde eorum, ne credentes salvi fiant.
    Os que estão ao longo do caminho são os que ouvem; depois vem o diabo e tira a palavra de seus corações, para que, crendo, não sejam salvos.

  10. Hi autem supra petram, qui cum gaudio recipiunt verbum, et hi radicem non habent, qui ad tempus credunt, et in tempore temptationis recedunt.
    Os que caem sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; mas não têm raiz, creem por algum tempo, e, no tempo da tentação, se afastam.

  11. Quod autem in spinas cecidit, hi sunt qui audierunt, et a sollicitudinibus, et divitiis, et voluptatibus vitæ euntes, suffocantur, et non referunt fructum.
    O que caiu entre espinhos são os que ouvem; mas, indo embora, são sufocados pelas preocupações, riquezas e prazeres da vida, e não dão fruto maduro.

  12. Quod autem in bonam terram: hi sunt qui in corde bono et optimo audientes verbum retinent, et fructum afferunt in patientia.
    O que caiu em boa terra são os que, ouvindo a palavra com coração bom e reto, a retêm e dão fruto com perseverança.

Reflexão:

A parábola do semeador revela que a liberdade interior é cultivada pela qualidade da nossa atenção e pela disposição de nossa mente. Quando a palavra é semeada em corações atentos e virtuosos, ela floresce em ações que refletem autonomia e responsabilidade. O terreno do espírito humano é fértil quando livre das distrações externas e das pressões sociais. Assim, a verdadeira liberdade se manifesta na capacidade de governar a si mesmo, de discernir o que é essencial e de agir conforme a razão e a virtude, independentemente das circunstâncias externas.


Veersículo mais importante:

15. Quod autem in bonam terram: hi sunt qui in corde bono et optimo audientes verbum retinent, et fructum afferunt in patientia.
Mas o que caiu em boa terra são os que, ouvindo a palavra com coração bom e reto, a retêm e dão fruto com perseverança. (lc 8:15)


HOMILIA

O Coração como Solo da Liberdade

No silêncio do espírito, cada palavra recebida encontra seu próprio terreno, e o resultado depende da atenção e da pureza com que a acolhemos. A semente lançada pelo Semeador não escolhe riqueza, posição ou aparência; ela distingue apenas a profundidade e a abertura do coração que a recebe. O solo duro representa a mente fechada, onde a verdade se perde sem deixar vestígio e onde a luz da sabedoria não consegue penetrar. As pedras simbolizam a alegria passageira que não cria raízes, enquanto os espinhos são as distrações, preocupações e desejos que sufocam a virtude e impedem o florescimento do espírito.

A boa terra, o coração atento e puro, retém a Palavra, permitindo que ela cresça, floresça e produza frutos que perpetuam a harmonia da existência. Cada escolha consciente torna-se um ato de liberdade, um exercício de dignidade que afirma a capacidade de governar a si mesmo e de discernir o essencial. Cultivar o espírito significa reconhecer a ordem invisível que sustenta a vida e permitir que a luz da verdade interior guie cada pensamento, palavra e ação.

A evolução do ser não se mede pelo que se possui externamente, mas pela consistência, paciência e profundidade com que guardamos e manifestamos o que é essencial. O terreno do coração determina a qualidade do que oferecemos ao mundo e define a profundidade da realização de nossa própria existência. Aquele que semeia com atenção, acolhe com discernimento e age com virtude constrói uma vida plena, onde liberdade, responsabilidade e dignidade se entrelaçam, e onde cada fruto é testemunho da atenção à própria essência.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

Perfeito! Aqui está uma explicação teologicamente profunda do versículo Lucas 8,15, estruturada com subtítulos, mantendo a profundidade espiritual e filosófica, mas sem citar explicitamente “estoicismo” ou “metafísica”:

Versículo:
"Mas o que caiu em boa terra são os que, ouvindo a palavra com coração bom e reto, a retêm e dão fruto com perseverança." (Lc 8,15)

1. O Solo Preparado do Espírito

A “boa terra” simboliza o coração humano que se encontra aberto, receptivo e íntegro. Trata-se de uma condição interna conquistada pela disciplina, pela atenção consciente e pela disposição para acolher a Verdade. Esse solo preparado não é fruto do acaso, mas da prática contínua da virtude e da ordenação do espírito, capaz de sustentar e nutrir aquilo que é eterno e verdadeiro.

2. Ouvir com Coração Bom e Reto

O ouvir, neste contexto, transcende a audição física: é um ato de atenção plena, abertura e integridade moral. O coração “bom e reto” indica pureza de intenção, sinceridade e disposição para agir segundo o bem. É a disposição interior que permite que a Palavra seja compreendida, assimilada e respeitada, estabelecendo harmonia entre entendimento, vontade e ação.

3. Retenção da Palavra

Retê-la significa incorporá-la à própria essência. É transformar a compreensão em discernimento, para que ela guie pensamentos, decisões e comportamentos. A retenção é resultado de consciência ativa, reflexão contínua e compromisso ético. Quando a Palavra se enraíza profundamente, não se perde diante das dificuldades, mas molda o caráter e fortalece a alma diante das adversidades.

4. Frutificação e Perseverança

O fruto representa a manifestação concreta da vida interior transformada. Ele é a evidência da harmonia entre coração, mente e ação. A perseverança garante que essa produção não seja efêmera, mas constante e firme, mesmo diante de desafios. É a fidelidade ao bem, à verdade e à ordem que sustentam a vida em todos os seus momentos, permitindo que a essência humana se realize plenamente.

5. Síntese Espiritual

Lucas 8,15 nos ensina que a vida plena nasce do cuidado com o coração, da integridade na recepção da Palavra, da assimilação consciente e da prática constante do bem. Cada etapa — abertura, atenção, retenção e frutificação — constitui um caminho de evolução interior. A verdadeira liberdade e dignidade surgem quando o ser humano se dispõe a cultivar o espírito, harmonizando intenções, decisões e ações com a ordem maior da vida.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

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Oração Diária

Mensagens de Fé

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