terça-feira, 19 de agosto de 2025

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 20.08.2025

 Liturgia Diária


20 – QUARTA-FEIRA 

SÃO BERNARDO


ABADE E DOUTOR DA IGREJA


(branco, pref. comum, ou dos doutores – ofício da memória)


O Senhor revestiu Bernardo com sabedoria luminosa, fazendo dele fonte que jorrava conhecimento e liberdade de espírito. Sua voz não se dobrava às sombras do poder, mas buscava iluminar consciências, unindo fé e razão na defesa da dignidade humana. Mestre de reis e povos, mostrou que a verdadeira autoridade nasce do serviço, e que a espiritualidade autêntica é libertadora. Chamado de cantor de Maria, revelou que o amor à Mãe divina abre caminhos de compaixão e coragem. Sigamos seu exemplo: cultivar interioridade fecunda, agir com justiça e sustentar o mundo com a força do espírito.



Evangelium secundum Matthaeum – 20, 1–16

Similitudo operariorum in vinea (A Parábola dos trabalhadores na vinha)

  1. Simile est regnum cælorum homini patri familias, qui exiit primo mane conducere operarios in vineam suam.
    O Reino dos céus é semelhante a um proprietário de casa que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha.

  2. Conventione autem facta cum operariis ex denario diurno, misit eos in vineam suam.
    E, tendo feito acordo com os trabalhadores por um denário diário, enviou-os para a sua vinha.

  3. Et egressus circa horam tertiam, vidit alios stantes in foro otiosos,
    E, saindo por volta da terceira hora, viu outros parados no mercado, ociosos;

  4. et dixit illis: Ite et vos in vineam meam, et quod justum fuerit dabo vobis.
    e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha, e eu vos darei o que for justo.’

  5. Illi autem abierunt. Iterum autem exiit circa sextam et nonam horam: et fecit similiter.
    Eles foram embora. E novamente saiu por volta da sexta e da nona hora, fazendo o mesmo.

  6. Circa undecimam vero exiit, et invenit alios stantes, et dicit illis: Quid hic statis tota die otiosi?
    Mas ao chegar à undécima hora, saiu e encontrou outros de pé, e disse-lhes: ‘Por que estais aqui ociosos o dia todo?’

  7. Dicunt ei: Quia nemo nos conduxit. Dicit illis: Ite et vos in vineam meam.
    Eles lhe responderam: ‘Porque ninguém nos contratou.’ Ele lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha.’

  8. Cum sero autem factum esset, dicit dominus vineæ procuratori suo: Voca operarios, et redde illis mercedem incipiens a novissimis usque ad primos.
    E, quando chegou a tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros.’

  9. Cum venissent ergo qui circa undecimam horam venerant, acceperunt singuli denarios.
    E, quando chegaram os que foram contratados por volta da undécima hora, cada um recebeu um denário.

  10. At enim cum venerunt et illi qui primi venerant, putabant quod plus acciperent: et acceperunt similiter singuli denarium.
    Quando aqueles que foram os primeiros vieram, pensaram que receberiam mais; e, no entanto, receberam também cada um um denário.

  11. Videntes ergo acceperunt murmurare patremfamilias,
    Então, vendo isso, começaram a murmurar contra o proprietário da vinha,

  12. dicentes: Hi qui ultimi venerunt unam horam laboraverunt, et similem mercedem recepimus, quam nos portantes onera die totum.
    dizendo: ‘Estes que foram contratados por última hora trabalharam apenas uma hora, e lhes deste a mesma recompensa que a nós, que suportamos o peso do dia todo.’

  13. At ille respondens uno inter illos dixit: Amice, non iniuste illi tibi: numquid non denarium tecum pactus sum?
    Mas ele respondeu a um deles: ‘Amigo, não te faço injustiça – não combinamos um denário contigo?’

  14. Accipe quod tuum est, et abii: volo autem huic, qui ultimus est, dare sicut tibi.
    Toma o que é teu, e vai; quis querer dar a este, que é o último, como a ti.’

  15. Numquid non licet mihi hoc facere quod volo? aut oculus tuus malus est, quia ego bonus sum?
    ‘Ou acaso não posso fazer o que quero com o que é meu? Ou será que teu olho é maligno, porque sou bom?’

  16. Sic erunt novissimi primi, et primi novissimi. Multi enim sunt vocati, pauci vero electi.
    Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos. Muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

Reflexão

A narrativa mostra a importância de reconhecer valor intrínseco na contribuição, independente do tempo ou posição. Encoraja a criação de estruturas justas em que cada indivíduo tem liberdade para trabalhar e também direito ao fruto de sua colaboração. A equidade revela-se como motor de união e respeito mútuo, promovendo dignidade para todos. O encontro entre entrega pessoal e reconhecimento coletivo reforça a ideia de que autonomia e solidariedade caminham juntas. Encoraja-nos a construir comunidades livres, onde iniciativas sejam respeitadas e recompensadas com base em mérito e generosidade. A verdadeira prosperidade nasce de acordos claros e respeito à liberdade individual.


Versículo mais importante:

16. Sic erunt novissimi primi, et primi novissimi. Multi enim sunt vocati, pauci vero electi.
Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos. Pois muitos são chamados, mas poucos escolhidos.(Mt 20:16)


O versículo mostra que, diante de Deus, os critérios humanos de tempo, mérito ou posição não valem. A ordem se inverte porque o Amor é livre e distribui graça sem medida. Muitos são chamados, mas apenas os que respondem de coração se tornam verdadeiramente escolhidos. Não há privilégio, mas adesão livre à Vida maior. A justiça divina não oprime, mas liberta, transformando disputa em comunhão e revelando que cada ser possui dignidade única.


HOMILIA

A Liberdade da Vinha e o Chamado do Espírito

Amados irmãos, a parábola dos trabalhadores na vinha revela mais que uma lição de justiça: abre-nos o coração para a liberdade da graça que conduz toda a criação. O Senhor chama em diversas horas, pois o tempo humano não limita o tempo divino. Cada chamado é semente de evolução interior, convocando-nos a deixar a ociosidade das praças da vida e entrar no labor fecundo do espírito.

Não é a duração do esforço que mede o valor, mas a abertura da alma que responde. A recompensa não se mede por cálculos, mas pela comunhão com o Amor que tudo sustenta. Muitos trabalham desde cedo, outros apenas no último instante; todos, porém, recebem a mesma dádiva, pois a dignidade não se negocia, mas nasce do ser em sua origem sagrada.

O murmúrio dos primeiros trabalhadores espelha a mentalidade que ainda confunde justiça com posse. Mas a justiça divina não é distribuição limitada de bens, é plenitude que se entrega sem diminuir. O Senhor é livre em sua bondade, e a liberdade que Ele manifesta é convite a reconhecermos no outro não um competidor, mas um companheiro na mesma vinha.

Assim compreendemos que ser chamado não basta; é preciso deixar-se transformar pelo chamado. Muitos ouvem a voz, poucos se tornam terra fértil. O último pode tornar-se primeiro porque acolheu com inteireza aquilo que o primeiro, distraído pela comparação, deixou escapar.

O Reino nos ensina que a verdadeira grandeza não está em preceder os outros, mas em ser fiel ao dom recebido. A vinha é o campo do Espírito, onde cada gesto de abertura nos coloca na ordem da eternidade.

Que aprendamos, pois, a trabalhar não pelo salário, mas pela liberdade de participar da obra divina. E que, ao respondermos ao chamado, descubramos que a recompensa já nos habita: é a comunhão com o Amor que faz de todos um só corpo, um só cântico, uma só vinha.


EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA

O Mistério da Inversão

"Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos." (Mt 20,16)
Esse versículo revela a inversão da lógica humana. Para os homens, hierarquia é medida de poder; para Deus, a grandeza é comunhão. Aquele que parecia último no tempo ou na condição torna-se primeiro, pois abriu-se de modo pleno à ação da graça. Aqui, não é o esforço visível que prevalece, mas a receptividade interior ao chamado divino.

O Chamado Universal

"Pois muitos são chamados, mas poucos escolhidos."
O chamado é universal: todos são convidados a entrar na vinha. A escolha não é exclusão arbitrária, mas fruto da resposta livre do coração humano. Deus chama incessantemente, mas somente quem acolhe com inteireza esse convite se torna escolhido. O critério não é anterioridade, mas adesão; não é privilégio, mas entrega.

A Liberdade da Graça

A justiça divina não se rege por cálculos humanos, mas pela liberdade do Amor. O dono da vinha paga a todos com generosidade, não porque mede méritos, mas porque derrama abundância. Esse gesto revela que a liberdade de Deus não se prende à lógica de trocas, mas manifesta-se como superabundância que liberta o homem de comparações e ressentimentos.

Evolução Interior

O último que chega à vinha pode ser o primeiro a compreender o coração do Senhor. Isso mostra que a evolução interior não depende do tempo cronológico, mas da abertura imediata da consciência ao Absoluto. O amadurecimento do ser não se mede em duração, mas em intensidade da adesão ao Espírito.

A Dignidade do Ser

Nesse versículo, a dignidade da pessoa é elevada a princípio sagrado. Não importa quando ela foi chamada, pois em cada alma repousa um valor único e irrepetível. A recompensa — simbolizada pelo denário — é sinal de que o Senhor reconhece em cada vida sua essência eterna, que não pode ser diminuída por comparações.

Caminho para a Comunhão

A parábola desvela que a história humana não é disputa, mas caminho para a comunhão. O último e o primeiro encontram-se no mesmo abraço do Amor, que faz de todos irmãos no mesmo campo. A eleição, portanto, não é competição, mas realização do destino comum: participar da obra divina em liberdade, plenitude e fraternidade.

Leia: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Oração Diária

Mensagens de Fé

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